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Quando o calor altera o futuro

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Esta crônica, parte da série Vozes da Terra, reflete sobre o que já está acontecendo e que ainda podemos evitar. Foto do site nationalgeographicbrasil* Quando o calor altera o futuro O aquecimento global já está mudando o equilíbrio das espécies e o sentido do tempo O desequilíbrio e o tempo que já mudou:   As tartarugas-verdes estão nascendo quase todas fêmeas.  O aquecimento global já altera o futuro da vida . Há um silêncio que vem antes da extinção. E ele não vem de onde a gente imagina. Um exemplo são as praias superaquecidas da Austrália, onde a areia, cada vez mais quente, decide o futuro de uma espécie. Para a tartaruga-verde, o sexo não é uma loteria genética: é um termômetro. Quando a temperatura da areia passa dos 29 °C, nascem mais fêmeas; acima dos 31 °C, quase todas. Estudos* mostram que, em algumas regiões, 99% dos filhotes já são fêmeas. É o aquecimento global alterando silenciosamente a continuidade da vida. E se o calor esteriliza praias, no Ártico ele l...

Macaúba, uma 🏝️ contra o aquecimento global

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  Dossiê Vozes da Terra:  Esta crônica destaca a importância ambiental da Palmeira Macaúba e seu potencial na bioeconomia brasileira, em sintonia com os debates da COP30. Nativa do Cerrado, a Palmeira Macaúba é símbolo de resistência e de equilíbrio ecológico . Macaúba, uma palmeira contra o aquecimento globa l A Acrocomia aculeata, nativa do Cerrado, mostra que as soluções para o clima podem estar nas raízes A Palmeira Macaúba e sua importância ambiental  A bioeconomia brasileira pode florescer a partir do Cerrado.  A Acrocomia aculeata, palmeira nativa, é exemplo de como ciência, tradição e sustentabilidade podem caminhar juntas. Sua beleza é áspera, espinhosa.  Seus nomes são tantos quantos os seus usos: macaúba, bocaiúva, coco-de-espinho. A Acrocomia aculeata é uma guardiã silenciosa do Cerrado. Uma palmeira nativa que não se importa de ser chamada de “ciclete-de-boi” pelas crianças que mastigam sua polpa pegajosa. A polpa pegajosa da macaúba  A maca...

O Último Pé de Pequi?

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Crônica do Dossiê Vozes da Terra : o pequi revela o impacto humano no Cerrado e a urgência de preservação. Em cada árvore nativa que cai, uma história desaparece   O último pé de pequi? A resistência do Cerrado em meio ao avanço urbano e o esquecimento das raízes Cada árvore nativa perdida representa a quebra de um equilíbrio que impacta diretamente o clima global. Em 1996, conheci um pedaço do Cerrado que teimava em ser paraíso. Nos arredores de Brasília, um condomínio nascia com ruas largas e uma promessa de harmonia: a infraestrutura humana curvava-se à lógica das nascentes e da vegetação nativa. Os lotes, ainda sem cercas, respiravam fundo. Ipês em todas as cores, caju-do-cerrado , barbatimão, lobeira, macaúba, quaresmeira e pequi. Muito pequi. Flores e frutos em crescimento do pequizeiro  Os primeiros moradores eram guardiões daquele mundo. Plantavam frutíferas, mas sabiam que a verdadeira riqueza já estava ali. Frutos do pequizeiro  As casas cresceram, as cercas ...

Entre Caminhos e Raízes

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Memórias guardadas em cadernos de infância se transformam em palavras que florescem. Lembranças e afetos; o  poder das raízes   Lembranças da infância e das primeiras descobertas . Entre Caminhos e Raízes   Desde criança, a memória foi meu terreno fértil. Entre cadernos de escola, anotações de aulas, poesias e pequenos relatos do cotidiano, guardava-se um mundo inteiro em páginas simples. Na minha infância não havia televisão e celular era algo impensável . M as o rádio transmitia histórias, notícias e imaginação que me acompanhavam.   Essas primeiras experiências me ensinaram que toda escrita nasce da prática, do olhar atento e da repetição. Escrever é como caminhar por trilhas desconhecidas: o caminho se revela passo a passo, e cada parada guarda uma descoberta. Muitas dessas anotações, pequenas como sementes, floresceram anos depois nos meus livros.   Quando lancei Acalanto em 2018, percebi que a escrita era muito mais que o ato de produzir palavras; era t...