quinta-feira, setembro 21, 2017

Segui o colibri


Segui o colibri

Foi um instante.
Mas esses instantes, tão pequenos quanto um bater de asas, são os que ficam.

Vi um colibri.
Não foi a primeira vez, mas naquela manhã ele apareceu como sinal. Pequeno, veloz, curioso — desses seres que parecem saídos de um sonho antigo.
Voava de flor em flor com precisão e graça.
Um toque aqui, outro ali. Não sugava a flor. Beijava.

E foi nesse gesto sutil que algo me tocou.

Pensei no néctar.
Pensei no amor.
E entendi, de repente, a frase que eu havia escrito dias antes:
"O néctar se conecta com o amor do beija-flor."

Sim. Porque ele não voa atrás de qualquer flor.
Ele escolhe.
Tem preferência, tem fidelidade.
E quando encontra o que deseja, mergulha — leve, inteiro, vibrante.

Segui o colibri com os olhos.
Depois com o pensamento.
Depois com o coração.

E percebi: talvez a vida seja isso. Encontrar o néctar certo.
Não aquele que nos oferece mais, mas o que nos alimenta melhor.
O que faz vibrar as asas.
O que nos chama a voltar.

Desde então, carrego essa imagem como guia.
Busco o que floresce em mim.
O que me nutre.
O que me faz leve.

E se, por acaso, a vida me parecer seca demais, lembro do colibri —
E voo em busca de flores.   

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Fiz essa foto em 2017, postada no Instagram naquele mesmo ano, em 03 de setembro.  

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domingo, setembro 03, 2017

Entre tesourinhas e eixões

 

Série Ipês de Brasília

Entre tesourinhas e eixões

Brasília não tem ruas como outras cidades. Tem quadras, superquadras, entrequadras. Tem eixos — eixão, eixinhos — e as tais das tesourinhas, que são mais do que atalhos: são passagens de tempo e de olhar.

Na seca, a cidade inteira se reinventa. O céu mais azul, o ar mais seco, os narizes que reclamam… e os olhos que agradecem.
Porque é nessa época que os ipês tomam conta de tudo.

Amarelos, roxos, brancos, rosas.
Espalham-se como se tivessem sido semeados pelo vento. Não escolhem lugar: aparecem entre prédios, nos canteiros, no canteiro do meio do eixão, entre viadutos, na frente de hospitais, de supermercados, de bancas de jornal.
Até a geometria da cidade parece se curvar diante da explosão de cor.

Outro dia, saí para um pequeno tour fotográfico.
Câmera em uma mão, celular na outra. Parei em viadutos, nas passarelas, nas entrequadras. Andei por avenidas com nomes de letras e números, onde o concreto costuma dominar. Mas, naquela tarde, era o amarelo que mandava.

Lembrei da frase que dizem por aí: Brasília é uma cidade que se aprende a amar.
Talvez seja verdade.
Mas é também uma cidade que, quando floresce, ensina a gente a olhar.

A secura da estação contrasta com a exuberância dos ipês. É como se a natureza dissesse, com cores vibrantes: “Nem tudo é o que parece.” E essa é, talvez, uma das lições mais bonitas da cidade.

Atravessar uma tesourinha nos meses secos é ver o inesperado: um ipê em flor entre o concreto e o céu.
É quando a arquitetura cede à poesia.
É quando Brasília — tão racional, tão simétrica — suspira.

E a gente também.

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Fotos postadas também no Instagram. 




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