terça-feira, setembro 10, 2019

O ipê da rodoviária

 No coração da cidade, um ipê amarelo resiste ao tempo e suspende o caos. Um texto sobre beleza, memória e permanência. Leia a crônica completa.

Fotografia: Luísa Nogueira
Entre buzinas e pressa, um ipê amarelo floresce e nos
lembra: ainda há beleza. 

Série Ipês de Brasília


O ipê da rodoviária

Ele está lá. Todos os anos.

Alto, robusto, amarelo como ouro. Cresceu ali, no coração do vai e vem da cidade, como se fosse uma pausa no meio da pressa.

O ipê da Rodoviária do Plano Piloto não é um ipê qualquer. Ele é antigo, talvez o mais antigo entre os ipês que conheço. Enfrentou secas, reformas, buzinas, concreto. Mas segue florindo, como quem sabe o seu papel.

De longe, ele chama.
É impossível passar pela Esplanada ou pela plataforma superior e não olhar. No auge da floração, ele faz os olhos desviarem das notificações do celular. Faz motoristas abrirem os vidros e passarem mais devagar.

A primeira foto que tenho dele é de 2014. Postei com entusiasmo, como quem compartilha um tesouro. Nos anos seguintes vieram outras fotos. O mesmo ipê, mais alto, mais generoso. Tão cheio de flores que parece flutuar sobre o caos.

E é isso o que ele faz: suspende a cidade. 

Por um instante, Brasília se cala. Os passos apressados diminuem. As buzinas somem. 

Fica só ele, florido, presente, dizendo sem dizer: “Ainda há beleza.”


Fotografia: Luísa Nogueira
O ipê amarelo da Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília,
floresce todos os anos no auge da seca, como um lembrete
silencioso de que ainda há beleza na pressa


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Entre buzinas, pressa e concreto... um ipê amarelo que suspende o tempo e nos devolve um pouco de beleza


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sábado, setembro 07, 2019

Crônica: Recomeço

 

Crônica sobre a efemeridade das flores e a beleza que permanece,

 mesmo depois da partida. Um tapete amarelo

 sob os pés e dentro da memória.



Série Ipês de Brasília

Um gesto simples. Um copo com água.
Três flores.
Uma mulher que descobre: é possível florescer outra vez

Tapete Amarelo

Há uma semana, eles estavam lindos.

Ipês altos, cobertos de flores douradas, dominavam a paisagem ali na virada da W3 Sul com a 714/715. Seis ou sete árvores, como sentinelas de um tempo que não tem pressa. O chão também florido. Um tapete amarelo sob os pés de quem passava.

Hoje, passo pelo mesmo lugar e me dou conta: já perderam mais de dois terços das flores. Algumas ainda resistem, mas é como se se despedissem aos poucos. O vento leva pétalas, o tempo leva o resto. Tudo faz parte do ciclo.

Há uma delicadeza silenciosa nesse processo. Os ipês não nos preparam para o adeus. Eles apenas seguem. Florescem sem alarde e, assim como chegam, vão embora. Como se dissessem: “A beleza também precisa de partida.”

É preciso saber olhar enquanto ainda estão ali. Porque toda flor um dia se transforma em chão. E todo chão guarda em si um rastro do que floresceu.


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Entre ipês e ventos de agosto, a beleza chega sem alarde e vai embora sem aviso. Uma crônica sobre o tempo, a delicadeza e o olhar


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