![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgozVuNhdGmyguYqJLWquGvdZ_AeJMNCGYfkza-lANR26eqYGBIlZr-1-x8544gHvvrZhlbskrkouV2dVCxtUqbVu1of1wINi3KRJ5LIsMGW4yZxzdK2RCTR8gWC2qZYXcY1qR_v3317bM/s640/Imagens+de+out.+de+08+001.jpg)
Encontramos essa pombinha, no final de maio, numa moita de um canteiro com plantas diversas. Estava sendo acuada por nossa cadela. Ouvindo o latido, fomos ver o que era. Vimos a pequena ave* toda encolhida, tentando se esconder entre as ramagens.
Minha filha a pegou com carinho, mas ela tremia de medo. Era um filhote, naturalmente aprendendo a voar, que tinha caído de alguma árvore. Tentamos fazê-la beber algumas gotas d'água, passamos a mão em sua cabecinha... Pouco a pouco ela se acalmou; deve ter percebido que o perigo tinha passado.
Devia ser mais ou menos seis horas da tarde quando a vimos. Percebendo que a pobrezinha estava cansada, procuramos acomodá-la em uma caixa. As aves dormem cedo, logo depois do por do sol. Cada um queria 'enfeitar' melhor aquele ninho improvisado, com folhas e galhos diversos. Seu novo abrigo ficou assim:
No dia seguinte, depois de alimentá-la com frutas raspadas e muito carinho, com direito a uma sessão de fotos, fomos procurar seu ninho. Achamos este da foto abaixo, com uma pomba que nos olhava inquieta. Ficava bem no topo de uma grande e alta árvore. "Como fazer", pensamos, "ela voa alguns metros e logo cai"... Deve ter acontecido alguma coisa quando caiu na moita. Ou talvez o medo daquele animal latindo a tenha feito se apressar, ficando espremida entre os galhos, se machucando... Olhamos suas asas, seu corpinho, suas pernas finas, mas não vimos nenhum sinal que indicasse algum ferimento.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjdfdjm85uZDwz_DAVIOZxXYfe1GnvifvuiXSthKyFE_KFfGKt5cneH2OjyKdqZmQ5fg_QNMCC18ASfJ5AbTLiaawQ4-VQFj8_i-QhwtQNiJ8udxhoKc8u7XgPdJqML7qFqxwlPN9yGYo/s400/Plantas+e+Cia_-10-10-08+018.jpg)
Ninho de pombas
Resolvemos deixá-la em um galho mais baixo da árvore. Ficamos olhando de longe. Duas vezes ela voou para outros galhos. Voava como se estivesse saltando. É, devia mesmo estar aprendendo a voar. Entretidos em conversas e afazeres, descuidamos um pouco da tarefa de vigiá-la e, quando fomos vê-la, ela já não estava mais por ali. Durante o dia vimos várias pombinhas nas árvores próximas. Será que ela estava entre elas?
As aves mamães geralmente 'empurram' seus jovens rebentos para fazê-los perder o medo das alturas. No susto da queda, eles começam a bater as asas e descobrem que podem ficar no ar; a partir daí, como leves plumas, voam de um lado para outro.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinHPIKuv5Vn-qBUiSO-mMYSJpBmJDXM1u9g9GivQ9Tr0jgGYNVXPp-K_EmghMU0o9D9GxBd5gTi8Vq0CX4UcoAm071CzmnJOaubWhomxQkG6Ren1YOR0EvDVL5_G8gxyWmu1n0yRv-MZg/s400/Plantas+e+Cia_-18-10-08+018.jpg)
O olhar tristonho da pombinha
Nós, humanos, de um modo geral, temos medo de 'empurrar' nossos filhos para a vida, preferindo tê-los sempre por perto. Erramos? Não sei. Neste mundo de hoje, cheio de violências, o melhor é deixá-los 'voar' a seu tempo, de acordo com a maturidade de cada um deles. Pelo que tenho lido, não sou a única a pensar assim. Parece que é uma tendência mundial. Temos medo que eles - nossos filhos, como aquela pombinha, encontrem cães e cadelas ferozes vida afora.
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*Aves e pássaros - ..."todos os pássaros são aves, mas nem todas aves são pássaros!" Afinal, como distinguir um pássaro de uma ave? No artigo Nem todas as aves são pássaros (veja o site abaixo) podemos ler:
"Rodolpho von Ihering, um dos maiores naturalistas deste País, já frisava em sua obra magna, o DICIONÁRIO DOS ANIMAIS DO BRASIL: "Pouca gente costuma fazer distinção com valor classificativo, no emprego dos vocábulos ave e pássaro, peculiares à nossa língua e à espanhola. O francês emprega indiferentemente oiseau, tanto ao designar o avestruz como o pardal e da mesma forma Vogel em alemão e bird em inglês aplicam-se a qualquer vertebrado plumado. Mas ninguém, falando corretamente nossa língua, dirá que a ema, o gavião e o papagaio sejam pássaros". O mestre até exemplifica: "Termos ouvido definir que pássaros são as aves pequenas. Estará certa? O bem-te-vi é um pássaro, mas a rolinha, muito menor, pode ser designada assim? Certamente que não, pois a rola é uma pomba e os representante desta ordem não são pássaros, porém aves, como as galinhas".
"Depreende-se, portanto, a existência de valor classificativo para a palavra pássaro. Todos os vertebrados providos de penas são aves, inclusive os pássaros. Estes, porém, pertencem a um grupo zoológico bem caracterizado, constituindo a ordem Passeriformes. E a ela não se filiam tuins, andorinhões e nem mesmo os beija- flores, apesar de suas reduzidas dimensões. Daí se deduz que, se quisermos empregar com exatidão os vocábulos ave e pássaro, a noção de tamanho deve ser completamente abandonada, levando-se em conta apenas o critério de classificação. Pássaros, só os Passeriformes, que têm bico desprovido de membrana na base, tarsos isentos de penas, pés com três dedos dirigidos para a frente e um para trás e unha do dedo posterior mais forte que a dos anteriores, dos quais os dois interiores são ligados entre si na base." Leia mais em: http://www.ao.com.br/aves&pas.htm
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"Depreende-se, portanto, a existência de valor classificativo para a palavra pássaro. Todos os vertebrados providos de penas são aves, inclusive os pássaros. Estes, porém, pertencem a um grupo zoológico bem caracterizado, constituindo a ordem Passeriformes. E a ela não se filiam tuins, andorinhões e nem mesmo os beija- flores, apesar de suas reduzidas dimensões. Daí se deduz que, se quisermos empregar com exatidão os vocábulos ave e pássaro, a noção de tamanho deve ser completamente abandonada, levando-se em conta apenas o critério de classificação. Pássaros, só os Passeriformes, que têm bico desprovido de membrana na base, tarsos isentos de penas, pés com três dedos dirigidos para a frente e um para trás e unha do dedo posterior mais forte que a dos anteriores, dos quais os dois interiores são ligados entre si na base." Leia mais em: http://www.ao.com.br/aves&pas.htm
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