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sábado, agosto 26, 2017

Flores que voltaram à vida

Crônica sensível sobre ipês, flores recolhidas e o poder de pequenos 
gestos para despertar o que parecia perdido. Um texto sobre 
recomeços, cuidado e a beleza escondida nos intervalos

Fotografia: Luísa Nogueira
Flores ressecadas voltam à vida em um copo com água.


 Você já recolheu algo que parecia perdido — e se surpreendeu?

Às vezes, a vida volta pelas beiradas.

Série Ipês de Brasília

Flores que voltaram à vida

Foi só uma experiência. Daquelas pequenas coisas que fazemos sem grandes pretensões — e que, por algum motivo, nos tocam profundamente.

As flores de ipê estavam no chão. Amareladas, ressecadas, desfeitas como confetes depois da festa. Algumas ainda conservavam forma; outras, despetaladas, pareciam restos de um tempo que passou apressado. Mesmo assim, havia beleza ali. Uma beleza que não gritava, mas que, talvez por isso mesmo, pedia um gesto de cuidado.

Peguei algumas. As mais inteiras. Levei comigo.

Em casa, procurei um copo transparente — quis que a água e as flores se vissem.
Coloquei-as ali, com delicadeza, como quem faz um ritual, e deixei sobre a mesa. Não esperava nada. Era só uma forma de não deixá-las partir tão rápido.

No dia seguinte, quase sem querer, olhei de novo.
As flores haviam se aberto.
O que era secura se tornou cor. O que parecia fim era, afinal, só um intervalo. E eu me peguei sorrindo — não por euforia, mas por uma espécie de gratidão silenciosa.

Ali, naquele copo simples, cabia uma lição: nem tudo o que cai está perdido.

Às vezes, é só a vida pedindo uma pausa. Um fio de água. Um pouco de cuidado. Um lugar para recomeçar.

Aquelas flores — frágeis, renascidas — me ensinaram sem palavras.

Desde então, passei a olhar com mais respeito o que parece quebrado.
Passei a recolher não só flores, mas pedaços de mim que pensei que não serviam mais.
Coloquei-me também em água limpa, dei-me tempo, e esperei o retorno da cor.

A natureza, com seu jeito silencioso, tem dessas delicadezas que nos resgatam.
Às vezes, a flor volta.
Às vezes, a vida volta.
Às vezes, basta apenas não desistir do que ainda pode andar, mesmo tendo sido levada por ventanias.


Fotografia: Luísa Nogueira

O que parecia fim era, afinal, só um intervalo. 

Uma flor, um copo e um gesto pequeno que virou poesia



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