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sábado, setembro 07, 2019

Crônica: Recomeço

 

Crônica sobre a efemeridade das flores e a beleza que permanece,

 mesmo depois da partida. Um tapete amarelo

 sob os pés e dentro da memória.



Série Ipês de Brasília

Um gesto simples. Um copo com água.
Três flores.
Uma mulher que descobre: é possível florescer outra vez

Tapete Amarelo

Há uma semana, eles estavam lindos.

Ipês altos, cobertos de flores douradas, dominavam a paisagem ali na virada da W3 Sul com a 714/715. Seis ou sete árvores, como sentinelas de um tempo que não tem pressa. O chão também florido. Um tapete amarelo sob os pés de quem passava.

Hoje, passo pelo mesmo lugar e me dou conta: já perderam mais de dois terços das flores. Algumas ainda resistem, mas é como se se despedissem aos poucos. O vento leva pétalas, o tempo leva o resto. Tudo faz parte do ciclo.

Há uma delicadeza silenciosa nesse processo. Os ipês não nos preparam para o adeus. Eles apenas seguem. Florescem sem alarde e, assim como chegam, vão embora. Como se dissessem: “A beleza também precisa de partida.”

É preciso saber olhar enquanto ainda estão ali. Porque toda flor um dia se transforma em chão. E todo chão guarda em si um rastro do que floresceu.


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Entre ipês e ventos de agosto, a beleza chega sem alarde e vai embora sem aviso. Uma crônica sobre o tempo, a delicadeza e o olhar


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Confira também a página Livros de Luísa Nogueira





sábado, agosto 17, 2019

Um casal sob o ipê

 Entre flores e troncos, dois celulares, um encontro. 

Uma crônica sobre delicadeza, silêncio e o que a câmera não vê de imediato

Fotografia: Luísa Nogueira

Série Ipês de Brasília

Casal sob o ipê

Um clique. Um ipê florido.
Só depois, com calma, percebi o casal ali — sob as flores, em silêncio, cada um com o celular na mão.

Fotografei o ipê como quem eterniza um estado de espírito.
Foi só depois, olhando as imagens com mais calma, que percebi: ali, bem ao centro, quase camuflados entre as flores e os troncos, estava um casal. Sentados sob a árvore, cada um com o celular em mãos, pareciam conversar com os dedos, talvez trocando fotos um do outro, talvez registrando o mesmo instante — cada qual do seu ângulo.

Na hora, sorri. Dei zoom. Fiquei encantada.

Fotografei o ipê florido em Brasília sem perceber o que ele me oferecia: um casal sob sua sombra, partilhando um instante de silêncio e beleza.

Era como se a árvore tivesse escolhido enquadrá-los, como se soubesse que aquele momento merecia mais do que a passagem apressada da tarde. Não sei quem eram, nem o que diziam, mas sei que estavam ali, partilhando a sombra e o silêncio florido de um ipê.

Foi romântico, inesperado e, ao mesmo tempo, tão cotidiano. Como tantas cenas bonitas que a gente só vê quando volta o olhar para o que já passou.

Desde então, guardei essa imagem como quem guarda um segredo bonito. Às vezes, a vida nos oferece poesia sem pedir nada em troca — basta que estejamos atentos para percebê-la.

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Fotografia: Luísa Nogueira
Um casal sob o ipê e a poesia escondida nas cenas que só
percebemos depois




sábado, agosto 26, 2017

Flores que voltaram à vida

Crônica sensível sobre ipês, flores recolhidas e o poder de pequenos 
gestos para despertar o que parecia perdido. Um texto sobre 
recomeços, cuidado e a beleza escondida nos intervalos

Fotografia: Luísa Nogueira
Flores ressecadas voltam à vida em um copo com água.


 Você já recolheu algo que parecia perdido — e se surpreendeu?

Às vezes, a vida volta pelas beiradas.

Série Ipês de Brasília

Flores que voltaram à vida

Foi só uma experiência. Daquelas pequenas coisas que fazemos sem grandes pretensões — e que, por algum motivo, nos tocam profundamente.

As flores de ipê estavam no chão. Amareladas, ressecadas, desfeitas como confetes depois da festa. Algumas ainda conservavam forma; outras, despetaladas, pareciam restos de um tempo que passou apressado. Mesmo assim, havia beleza ali. Uma beleza que não gritava, mas que, talvez por isso mesmo, pedia um gesto de cuidado.

Peguei algumas. As mais inteiras. Levei comigo.

Em casa, procurei um copo transparente — quis que a água e as flores se vissem.
Coloquei-as ali, com delicadeza, como quem faz um ritual, e deixei sobre a mesa. Não esperava nada. Era só uma forma de não deixá-las partir tão rápido.

No dia seguinte, quase sem querer, olhei de novo.
As flores haviam se aberto.
O que era secura se tornou cor. O que parecia fim era, afinal, só um intervalo. E eu me peguei sorrindo — não por euforia, mas por uma espécie de gratidão silenciosa.

Ali, naquele copo simples, cabia uma lição: nem tudo o que cai está perdido.

Às vezes, é só a vida pedindo uma pausa. Um fio de água. Um pouco de cuidado. Um lugar para recomeçar.

Aquelas flores — frágeis, renascidas — me ensinaram sem palavras.

Desde então, passei a olhar com mais respeito o que parece quebrado.
Passei a recolher não só flores, mas pedaços de mim que pensei que não serviam mais.
Coloquei-me também em água limpa, dei-me tempo, e esperei o retorno da cor.

A natureza, com seu jeito silencioso, tem dessas delicadezas que nos resgatam.
Às vezes, a flor volta.
Às vezes, a vida volta.
Às vezes, basta apenas não desistir do que ainda pode andar, mesmo tendo sido levada por ventanias.


Fotografia: Luísa Nogueira

O que parecia fim era, afinal, só um intervalo. 

Uma flor, um copo e um gesto pequeno que virou poesia



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