Fotos feitas nos meses secos de Brasília, entre 2013 e 2019. Durante a seca do cerrado, os ipês em Brasília transformam a paisagem urbana Brasília e seus ipês. Eles chegam como poesia em tempos de seca, quando a cidade parece cansada de céu azul e solo ressecado. O ar fica parado, a umidade quase evapora, mas os ipês florescem — e com eles, algo dentro da gente também se acende. O brasiliense, acostumado a ver a vida passar entre quadras e eixos, esquece por instantes o nariz sangrando por causa do frio seco. Olha para cima. Admira os buquês que brotam como festa no alto das árvores. Primeiro o roxo. Depois o rosa. Logo vem o amarelo, sempre esperado. E, por fim, o branco — aquele branco tão branco que parece neve sonhada no cerrado. É curioso como eles não florescem ao mesmo tempo. São como companhias teatrais, cada qual com seu tempo de cena. Um ipê se despede na W3 Sul, outro desperta timidamente em frente à Biblioteca Central da UnB. Um floresce perto do Hospital de Bas...
Literatura, meio ambiente e cotidiano