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Véspera da COP30: Um olhar do Cerrado

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  Flor chanana sobre o futuro da Ter Véspera da COP30: Um olhar do Cerrado Observar o mundo de longe, mas com o coração dentro da floresta. A COP30 começa amanhã. As atenções do planeta se voltam para Belém, cidade onde o verde e o humano se encontram em tensão e esperança. As imagens já circulam: o príncipe William brincando com crianças na periferia do Rio, o presidente francês Emmanuel Macron abraçado por mulheres baianas sorridentes, o presidente Lula recebendo lideranças globais com carisma e firmeza. Ao lado deles, Marina Silva, cuja trajetória é, por si só, um manifesto vivo de coerência ambiental; e a ex-presidenta Dilma Rousseff, lembrando que as decisões climáticas também são decisões econômicas e de soberania. Os corredores da Amazônia estão cheios de vozes, sotaques e bandeiras. Líderes indígenas, cientistas, ativistas, chefes de Estado, jovens que carregam no olhar um futuro que pede para existir. O mundo inteiro está de olho em Belém. Mas estar na COP30 não é...

O Balão Dirigível da Terra

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  Dossiê Vozes da Terra:  Esta crônica reflete sobre o impacto da urbanização acelerada no Cerrado e propõe um novo olhar sobre sustentabilidade nas cidades    Novos bairros de Goiânia e o peso do concreto  O Balão Dirigível da Terra Uma metáfora que escrevi em 2022 é, hoje, ainda mais urgente. Entre o concreto e o calor, o planeta pede leveza.  Goiânia é o ponto de partida desta reflexão sobre como habitamos o mundo. Minha Goiânia ficou para trás. Não a reconheço mais. Uma muralha de concreto a encobre. Saí há quarenta anos e levo comigo a memória de uma cidade de casas, de terra, de raízes. O que vejo agora é uma cidade que quis alcançar o céu, mas que, no processo, se perdeu de si mesma. A verticalização acelerada é um fenômeno global. E, em Goiânia, transforma o horizonte. O concreto substituiu o cerrado, o calor se multiplicou, e o solo impermeabilizado tornou-se símbolo de uma urbanização que ignora a natureza. Cada prédio ergue-se como um monumento...

Quando o calor altera o futuro

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Esta crônica, parte da série Vozes da Terra, reflete sobre o que já está acontecendo e que ainda podemos evitar. Foto do site nationalgeographicbrasil* Quando o calor altera o futuro O aquecimento global já está mudando o equilíbrio das espécies e o sentido do tempo O desequilíbrio e o tempo que já mudou:   As tartarugas-verdes estão nascendo quase todas fêmeas.  O aquecimento global já altera o futuro da vida . Há um silêncio que vem antes da extinção. E ele não vem de onde a gente imagina. Um exemplo são as praias superaquecidas da Austrália, onde a areia, cada vez mais quente, decide o futuro de uma espécie. Para a tartaruga-verde, o sexo não é uma loteria genética: é um termômetro. Quando a temperatura da areia passa dos 29 °C, nascem mais fêmeas; acima dos 31 °C, quase todas. Estudos* mostram que, em algumas regiões, 99% dos filhotes já são fêmeas. É o aquecimento global alterando silenciosamente a continuidade da vida. E se o calor esteriliza praias, no Ártico ele l...

Macaúba, uma 🏝️ contra o aquecimento global

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  Dossiê Vozes da Terra:  Esta crônica destaca a importância ambiental da Palmeira Macaúba e seu potencial na bioeconomia brasileira, em sintonia com os debates da COP30. Nativa do Cerrado, a Palmeira Macaúba é símbolo de resistência e de equilíbrio ecológico . Macaúba, uma palmeira contra o aquecimento globa l A Acrocomia aculeata, nativa do Cerrado, mostra que as soluções para o clima podem estar nas raízes A Palmeira Macaúba e sua importância ambiental  A bioeconomia brasileira pode florescer a partir do Cerrado.  A Acrocomia aculeata, palmeira nativa, é exemplo de como ciência, tradição e sustentabilidade podem caminhar juntas. Sua beleza é áspera, espinhosa.  Seus nomes são tantos quantos os seus usos: macaúba, bocaiúva, coco-de-espinho. A Acrocomia aculeata é uma guardiã silenciosa do Cerrado . Uma palmeira nativa que não se importa de ser chamada de “ciclete-de-boi” pelas crianças que mastigam sua polpa pegajosa. A polpa pegajosa da macaúba  A mac...