Macaúba, uma 🏝️ contra o aquecimento global

 

Dossiê Vozes da Terra: Esta crônica destaca a importância ambiental da Palmeira Macaúba e seu potencial na bioeconomia brasileira, em sintonia com os debates da COP30.

Fotografia: Luísa Nogueira
Nativa do Cerrado, a Palmeira Macaúba
é símbolo de resistência e de equilíbrio ecológico
.


Blog Multivias escrevendo Vozes da Terra

Macaúba, uma palmeira contra o aquecimento global

A Acrocomia aculeata, nativa do Cerrado, mostra que as soluções para o clima podem estar nas raízes


Fotografia: Luísa Nogueira
A Palmeira Macaúba e sua importância ambiental 

A bioeconomia brasileira pode florescer a partir do Cerrado. A Acrocomia aculeata, palmeira nativa, é exemplo de como ciência, tradição e sustentabilidade podem caminhar juntas.

Sua beleza é áspera, espinhosa. Seus nomes são tantos quantos os seus usos: macaúba, bocaiúva, coco-de-espinho.

A Acrocomia aculeata é uma guardiã silenciosa do Cerrado. Uma palmeira nativa que não se importa de ser chamada de “ciclete-de-boi” pelas crianças que mastigam sua polpa pegajosa.

Fotografia: Luísa Nogueira
A polpa pegajosa da macaúba 


Fotografia: Luísa Nogueira
A macaúba, palmeira nativa do Cerrado, é resistência, sombra, alimento e resposta 
à crise climática.

Mas sua verdadeira grandeza está no que não se vê: as raízes tecem uma rede subterrânea que segura a terra e combate a erosão. Ela é o exemplo perfeito de como a natureza opera: utilidade e beleza, sustento e sustentação.

Fotografia: Luísa Nogueira
Ela tem espinhos, mas também soluções.

Fotografia: Luísa Nogueira
A bioeconomia brasileira pode florescer a partir do Cerrado.

A mesma lógica que deveria protegê-la é a que a ameaça. Em lotes do Centro-Oeste, a macaúba resiste até o dia em que o “progresso” chega com suas escavadeiras. Em condomínios de Brasília, administradores, em um ato de cegueira estética, já tentaram substituí-la pela palmeira imperial (mais “nobre”, dizem) e de origem estrangeira.

É a tragédia brasileira resumida: trocar o que é próprio, adaptado e eficiente por algo que se imagina ser superior.

Cada macaúba arrancada é mais do que uma perda botânica. É um passo em direção ao desequilíbrio.

Estudos do Instituto de Pesquisas Ambientais do Brasil (IPAB)* e da Embrapa* mostram que o Cerrado já perdeu mais de 50% da vegetação original, e que as palmeiras nativas, como a macaúba, desempenham papel essencial na fixação de carbono e regeneração do solo.

O desmatamento, do qual ela é vítima, não é um problema local – é um dos motores do aquecimento global.

A macaúba é também promessa de futuro. Seu óleo pode ser usado na produção de biocombustíveis sustentáveis, e o reaproveitamento de seus frutos e cascas gera renda para comunidades extrativistas.

Na Amazônia e no Cerrado, projetos de bioeconomia começam a incluir a Acrocomia como alternativa ecológica. 

Mas ainda falta o principal: o reconhecimento de seu valor simbólico e climático.

O exemplo da macaúba ensina que a luta climática se dá no chão – na escolha de qual árvore plantar em um canteiro, na resistência a um desmatamento ilegal, na valorização do que é nosso, nativo e resiliente.

Preservar a macaúba não é só salvar uma árvore.

É garantir um futuro mais equilibrado para o planeta.

A solução para o aquecimento global pode começar no nosso bairro, no nosso quintal, no modo como olhamos para a terra sob os nossos pés.

Fotografia: Luísa Nogueira
        Palmeiras Macaúba em seu habitat natural

🌿 Série Vozes da Terra – Blog Multivias | #COP30

Fotografia: Luísa Nogueira 

👉 Leia também: “O Último Pé de Pequi?”, sobre a memória e o desmatamento silencioso do Cerrado.

* Veja as referências no Manifesto da página “Vozes da Terra  - Especial COP30“ 👇🏼


Escrevendo Vozes da Terra
 

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