domingo, outubro 08, 2017

Com o celular na mão



Série Ipês de Brasília

Com o celular na mão

Cor nunca falta em Brasília.
E talvez por isso eu tenha essa mania de sair por aí, andando com o celular sempre à mão. Não para responder mensagens, nem para me distrair — mas para estar pronta. Porque, por aqui, a natureza adora surpreender.

Às vezes é um céu que explode em laranja no fim da tarde. Outras vezes é um ipê — ou muitos — abrindo flores de forma quase teatral. 




Naquela manhã, saí sem pressa. O dia ainda fresco, o céu muito azul. No caminho, no início da tesourinha da 102 Sul, perto do Hospital de Base, lá estava ele: um ipê amarelo. Grande. Exuberante. Entre tantos outros da mesma região, era ele quem se destacava.


Parei. Fotografei.
A florada ainda estava no auge, e o sol fazia com que tudo brilhasse um pouco mais. As pétalas, quase translúcidas, pareciam flutuar.

E foi ali que percebi o quanto esse hábito — caminhar com o celular como uma extensão do olhar — me aproximava das pequenas maravilhas do cotidiano.
Sim, eu poderia apenas ter passado. Mas não passei. Parei, registrei, admirei. E, com isso, guardei também o instante.

Talvez a beleza precise disso: de olhos atentos e um coração disposto a registrar não só a imagem, mas o sentimento.

No fim, acho que meu celular virou também uma espécie de diário visual.
Não de selfies, mas de ipês.
De amanheceres.
De flores.
De instantes que passam, mas deixam raiz.






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quinta-feira, outubro 05, 2017

O voo em queda das flores

 


Série Ipês de Brasília

O voo em queda das flores

Quem vê um ipê amarelo no auge da floração dificilmente imagina que o espetáculo é breve.
Mas ele sabe.
Talvez por isso floresça com tanta intensidade — como se cada pétala carregasse urgência.

A beleza vem em ondas. Primeiro no alto, entre galhos e céu. Depois, no chão.
Porque as flores, quando caem, não desabam: voam.

É um voo curto, é verdade.
Mas há uma elegância silenciosa nesse cair.
Uma dança lenta com o vento seco do cerrado, como se o tempo tivesse desacelerado para que a gente pudesse assistir.

Na última semana, vi uma dessas cenas.
O ipê que eu vinha acompanhando desde julho já havia perdido dois terços das flores.
O chão, em compensação, era puro ouro. Um tapete espesso, macio, feito de amarelo e memória.

Ali, entendi o que me fascina nos ipês: não é só o florir. É o despedir-se com dignidade.
Eles não imploram permanência.
Não resistem.
Apenas florescem — e, quando chega a hora, deixam que a beleza se desfaça no tempo.

As flores vão caindo uma a uma, e a cidade, mesmo com sua pressa habitual, se detém. As pessoas param para fotografar. Algumas passam devagar. Outras, em silêncio, apenas sentem.

No chão, as pétalas acumuladas não são sobras.
São lembranças.
E cobrem as calçadas como se dissessem: “A beleza passou por aqui.”



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