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sábado, novembro 28, 2009

Via Verde: Bromélias: Inocentes ou Culpadas? - V: A Pesquisa Coletiva e sua Conclusão



Com o título Bromélias: Inocentes ou Culpadas? vimos e discutimos opiniões diversas, vindas de diferentes regiões do Brasil. Nossa roda de amigos, através de comentários e envio de fotos e textos, participou de uma pesquisa-debate envolvendo uma das mais belas flores brasileiras. Ganhamos todos nós! Ficamos com um maior conhecimento sobre essa planta da família bromeliaceae; tivemos mais informações sobre a rica diversidade do meio ambiente em que vivemos e ganhamos também conhecendo um pouco mais sobre a vida que entrelaça fauna e flora, tão sabiamente criada e desenvolvida em nossas matas e florestas.


1- Nossas belas são inocentes ou culpadas?

Antes de qualquer conclusão, vamos ver um pouco mais sobre as bromélias. Sugerimos também a leitura de alguns artigos sobre o mosquito Aedes Aegypti, transmisssor (vetor) da dengue.Vamos lá?

1.1- Bromélia, gravatá, carandá, caravatá, caraguatá, caraguá, carauatá, carauá e croata, são os nomes populares que encontramos. Família das bromeliáceas.
Nomes científicos de algumas espécies:
- Originárias da América do Sul, Brasil: Aechmea caudata, Aechmea fasciata, Aechmea fulgens, Aechmea orlandiana, Aechmea triangularis, Ananas bracteatus, Ananas comusus (nosso ananás ou abacaxi), Ananas comusus 'Variegatus',Bromelia antiacantha, Hohenbergia blanchetii, Neoregelia caroline 'Tricolor', Neorégelia compacta, Neoregelia farinosa, Nidularium innocentii, Vriesea carinata, Vriesea fosteriana, Vriesea gigantea, Vriesea hieroglyphica e Vriesia imperialis. 
 -América do Sul - Brasil, Bolívia e Argentina: Aechmea distinchantha.
- América do Sul (vários países): Billbergia pyramidalis 'Variegata', Tillandsia gardneri, Tillandsia stricta.
- América do Sul - Brasil e Uruguai: Bromelia antiacantha.
- América do Sul - Argentina: Abromeitiella lorentziana.
- América do Sul - Equador: Tillandsia cyanea.
- América Central e do Sul: Tillandsia tenuifolia, Vriesea hybrida.
- Guiana Francesa: Quesnelia quesneliana. (A Guiana Francesa, ocupada pela França desde 1946, está localizada na América do Sul e faz fronteira com o estado brasileiro do Amapá).

Há muito material de leitura e pesquisa sobre as bromélias. Na internet podemos ler de tudo. Mas alguns artigos são apenas repetições de estudos feitos, muitos deles sem a citação da fonte. Fazendo uma filtragem, escolhemos alguns para enriquecer nossa pesquisa, de fontes e autores seguros. O primeiro deles é bem interessante; faz um apanhado geral sobre as bromélias, com algumas curiosidades. Vocês sabiam que algumas cidades brasileiras possuem nomes de bromélias? Querem ver quais são? Leiam:

"Bromélias

A Família Bromeliaceae compreende 58 gêneros e, aproximadamente, 3.176 espécies. Elas podem ser epífitas (apóiam-se em outras plantas, mas não as parasitam), rupícolas (vivem sobre rochas) ou terrestres.
As bromélias são de suma importância nos biomas onde ocorrem, principalmente pela  capacidade de algumas de suas espécies armazenarem água, funcionando assim como berço de vida para diversos organismos. Com a degradação acelerada dos ecossistemas, inúmeras espécies vêm sendo extintas, afetando diretamente o equilíbrio da natureza.

Onde encontramos as bromélias no mundo?

As bromélias são plantas típicas das Américas. A exceção fica por conta da Pitcairnea feliciana, espécie que se desenvolve na região da Guiné, na África. A distribuição geográfica da família bromeliaceae pode ser compreendida a partir de três importantes centros de diversidade: Andes, com prolongamentos em direção ao México e às Antilhas, o Planalto das Guianas e a região ao leste brasileiro.

Essas plantas apresentam uma grande plasticidade em sua forma de vida, desenvolvendo-se bem  nos mais diversos ambientes, em quase todos os ecossistemas. Isso engloba desde áreas ao nível do mar até locais com grandes altitudes (com cerca de 4.000 m), regiões com temperaturas elevadas, como as caatingas, e lugares com a temperatura próxima de zero, como nos cumes das serras.

E no Brasil?

O Brasil conta com uma rica diversidade de espécies em quase todo o seu território. A Mata Atlântica é o principal pólo, mas os campos rupestres do interior do país também são regiões prolíficas para as bromélias. Curiosamente, a Amazônia, a maior área florestal do mundo, apresenta uma incidência menor.

Outra característica da distribuição das bromélias no Brasil é o alto grau de endemismo, ou seja, de espécies que ocorrem exclusivamente em uma área restrita. Isso se deve, em parte, à grande diversificação dos ecossistemas brasileiros, que favorece a formação de áreas naturais muito peculiares. Essa variedade também se reflete na grande quantidade de nomes populares aplicados às bromélias, como carandá, carauá, caravatá, carauatá, caraguatá, caraguá, croata e gravatá. Além disso, o conhecimento popular sobre as plantas fez com que algumas cidades brasileiras viessem a ser chamadas por nomes que representam modificações dos nomes populares das bromélias. Como exemplo, podemos citar: Caraguatatuba (SP), Gravatá (SC), Gravataí e Caraguataí (RS), Caraguatá (RJ), e Gravatazinho (AL, PE)." Do site do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro: http://www.jbrj.gov.br/arboreto/estufas/bromelias.htm
....
Como lemos no artigo acima, as bromélias podem ser terrestres, ou viverem em árvores - sem serem parasitas - e também viverem sobre rochas. Lembram da informação que nos foi dada pelo Dalton França, sobre as minibromélias que vivem nas pedras das serras mineiras? Vamos relê-lo:
"... aqui no Sul de Minas podemos encontrar diversas espécies de minibromélias. Vivem entre as pedras no alto das serras."...
1.2- Aprendendo sobre a dengue
...
A Dengue é uma doença causada por vírus, ou seja, uma virose. Seu vírus é transmitido através da picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti. Logo, a forma de nos prevenirmos da dengue é não termos esse tal mosquito por perto. Ele - o mosquito, deposita seus ovos em águas paradas em recipientes artificiais como pneus, pratos de vasos, garrafas, latas, caixas d'água mal fechadas, piscinas sem a devida manutenção e tudo que puder conter água parada. Uma das sugestões recebidas para o combate ao mosquito refere-se à borra de café. Angélica Tulhol nos disse que "Havia lido em algum lugar que para evitar o mosquito em bromélias deveria por pó de café no miolo que concentra a água." Não é uma crendice. Pesquisadores da Unesp relatam:


"A BORRA DO CAFÉ E O CONTROLE DO AEDES

 Hermione Bicudo e Alessandra Theodoro Laranja

"A mídia falada, escrita e televisionada de muitas regiões, de norte ao sul do Brasil, tem divulgado a indicação do uso da borra do café (isto é, do pó de café usado), no controle do Aedes. Essa aplicação resultou de pesquisas realizadas no Curso de Pós-Graduação em Genética do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, UNESP, desta Cidade, pelas signatárias deste artigo. Contudo, a maioria dessas divulgações tem falhado em um aspecto fundamental, que é explicar adequadamente, à população, a forma de uso da borra para esse fim. Esse é o objetivo do presente artigo.
A borra do café pode ser usada nos criadouros domésticos de Aedes, que são, principalmente, vasos de plantas e bromélias, sem o risco de matá-las, pois inclusive, é usada, por algumas pessoas, como adubo. A borra pode ser espalhada sobre a terra do vaso, porque, mesmo uma fina película de água que se forme sobre essa terra serve de criadouro do mosquito. A borra pode, ainda, ser colocada dentro do "copo" que se forma no interior das bromélias, onde se acumula a água. E também pode ser colocada nos pratos dos vasos (lembremos, porém, que sempre que possível, esses pratos devem ser eliminados).
A quantidade de borra a ser usada depende da quantidade de água que se acumula nesses locais. Por exemplo, se o prato do vaso ou a bromélia acumula mais ou menos um copo de água da rega ou da chuva, quatro colheres de sopa da borra são suficientes. Espalhe a borra no prato ou coloque no interior da bromélia ,com a colher; quando a água escorrer, vai diluir a borra. Aumente ou diminua a quantidade em função da variação da água acumulada. A borra do café, como tem sido divulgado, impede que o Aedes atinja a fase adulta. O mosquito, no seu desenvolvimento, passa pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto. A borra é ingerida pela larva que se a intoxica, morrendo nessa fase. Se o mosquito não atingir a fase adulta, que é a fase em que ele pica as pessoas transmitindo os virus, não haverá doenças. Assim, a borra do café funciona como uma forma alternativa para o inseticida abate, granulado organofosforado, usado no controle das larvas, que é tóxico para o homem, os animais domésticos e o ambiente. Por causa dessa toxicidade e porque os inseticidas induzem os insetos à resistência, de modo que o inseticida perde a capacidade de matá-los, no mundo inteiro, hoje se buscam formas alternativas de controle que substituam os inseticidas. Porisso, o uso da borra do café é um achado importante.
Trata-se do aproveitamento de um material cujo destino é o lixo, que é disponível na maioria dos lares brasileiros e não tem contra-indicações de uso, pois seu extrato é ingerido pelo homem. Para o Aedes tem havido indicação de outros produtos, como o sal de cozinha e a água sanitária, mas estes produtos não podem ser usados nas plantas e sim em outros criadouros.
É evidente que os inseticidas continuarão a ter que ser usados para eliminar os mosquitos adultos se estes forem produzidos. Porque não basta eliminarmos os Aedes em nossas casas, se os terrenos baldios não forem limpos, mesmo de tampas de latas ou vidros ou pedaços de plástico que se encurvam fazendo pequenos reservatórios para água da chuva. Para que o Aedes se reproduza, basta que a água esteja parada, seja limpa ou suja. Não podemos esquecer ainda que os ovos resistem ao dessecamento por até um ano. Assim, temos que estar atentos. Se nossas vidas estão em jogo, vale empregarrmos todos os recursos, do bom senso à borra do café."
"Dra. Hermione Bicudo- Pesquisadora do IBILCE e Coordenadroa do Laboratório de Vetores
E-mail: bicudo@ibilce.unesp.br "
....
O site http://www.dengue.org.br/ ilustrou de uma forma bem simples o combate ao mosquito. Vejam:

"Dicas para combater o mosquito e os focos de larvas"
.... 



Como vimos, até agora não foi associado as bromélias com a dengue. No site da Prefeitura de São Paulo, falando sobre os cuidados que devemos ter para evitar o mosquito transmissor, no final da lista, há uma breve nota sobre as bromélias:
...
"Cuidados especiais para as plantas que acumulam água como bromélias e espadas de São Jorge, ponha água só na terra." In: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/vigilancia_saude/doenca_agravo/0003





2- Bromélias e Meio Ambiente

Uma nota da Sociedade Brasileira de Bromélias nos foi enviada por alguns amigos. Por sua importância, não poderíamos deixar de transcrevê-la. Eis o que dizem os pesquisadores da SBBr:
...
 "O POÇO DA VIDA

"Entenda a ecologia da bromélia, e como o Aedes aegypti entra nessa estória.

"O tanque que algumas bromélias desenvolvem no imbricamento de suas folhas NÃO É UMA POÇA D'ÁGUA. Ela é SIM, UM POÇO DE VIDA. A diferença é que uma poça d'água (pratinhos, pneus, garrafas e plásticos), ainda que possa abrigar OCASIONALMENTE algumas formas de vida, é uma água parada, um ambiente inerte.
O tanque da bromélia, contudo, é uma estrutura vital da planta e assim como os intestinos dos animais, abriga MUITAS formas de vida, das quais ela depende para se nutrir e sobreviver.
A POÇA D'ÁGUA: Armazenada ao acaso, a água da chuva passa a ser rapidamente colonizada pelos organismos menos especializados. Em ecologia, chama-se isso EUTROFICAÇÃO. A partir de alguns poucos nutrientes, surgem determinadas algas e bactérias (POUCAS ESPÉCIES, ALGUMA QUANTIDADE). Em poucos dias, aparecem as larvas dos mosquitos, entre eles, o Aedes aegypti. Essa fase dura pouco. A água se turvará, se não chover, ou secará.
O TANQUE DA BROMÉLIA: As bromélias tanque-dependentes começam a guardar água antes de seu primeiro ano de vida. Essa água , protegida pelo ambiente das folhas, se transforma num pequeno mas rico ecossistema em muito pouco tempo. POUCA ÁGUA SE EVAPORA DAÍ, MUITA É CONTINUAMENTE ABSORVIDA PELA PLANTA, suprindo-a com nutrientes e evaporando pela superfície da folha. A sucessão de formas de vida é muito intensa e o resultado é uma CALDA repleta de organismos (MUITAS ESPÉCIES, GRANDE QUANTIDADE) que competem entre si, numa cruenta interdependência ecológica.
O Aedes aegypti - Muitos colecionadores ficaram alvoroçados com a ameaça do dengue e passaram a monitorar de forma obsessiva suas plantas. O resultado foi surpreendente: PRATICAMENTE NÃO FORAM ENCONTRADAS LARVAS DE AEDES AEGYPTI. Mesmo aqueles que não aplicavam inseticidas, não encontravam larvas do Aedes aegypti em suas plantas. Coleções grandes e, especialmente aquelas situadas próximo às florestas, não acusavam a presença do mosquito e, quando eram encontradas larvas, pertenciam a mosquitos dos gêneros Culex e Anopheles , nativos de nossa fauna.
CONCLUSÃO: Habitado por um vigoroso pool de formas nativas de vida e sujeito à constante substituição biológica de suas águas, O POÇO DE VIDA DAS BROMÉLIAS NÃO É CRIADOURO ADEQUADO PARA O AEDES AEGYPTI, UM MOSQUITO EXÓTICO. As águas paradas das poças (pratinhos, pneus, vidros e garrafas), com ecologia mais pobre, são o local ideal para a proliferação do mosquito do dengue." In:
http://www.bromelia.org.br/dengue1.shtml

Uma outra amiga, Dora Regina , de nossa roda, nos enviou, acompanhando o resumo do texto acima, algumas fotos:
..."Estou enviando algumas fotos do Bromeliário do Jardim Botânico(RJ), as bromélias das duas últimas fotos são minhas, amo de paixão, cuido com muito carinho.
Envio uma dica sobre as bromélias...
Entenda a ecologia da bromélia, e como o Aedes aegypti entra nessa estória.Bromélias x Dengue (puro mito)
O tanque que algumas bromélias desenvolvem no imbricamento de suas folhas NÃO É UMA POÇA D'ÁGUA. Ela é SIM, UM POÇO DE VIDA. A diferença é que uma poça d'água (pratinhos, pneus, garrafas e plásticos), ainda que possa abrigar OCASIONALMENTE algumas formas de vida, é uma água parada, um ambiente inerte. O tanque da bromélia, contudo, é uma estrutura vital da planta e assim como os intestinos dos animais, abriga MUITAS formas de vida, das quais ela depende para se nutrir e sobreviver.
 
Texto extraído da Sociedade Brasileira de Bromélias. 
Espero ter contribuído, um grande abraço.
Com carinho
Dora"

Lindas! As bromélias de Dora e as do Jardim Botânico!
....
Como mostra o artigo da Sociedade de Bromélias, as bromélias são elos de vida espalhados por matas e florestas. Sem esses poços de vida muitas espécies animais poderiam desaparecer, comprometendo, assim, toda uma cadeia ecológica imprescindível para essa ou aquela região.
Em um dos primeiros comentários recebidos, JAIRCLOPES nos alerta: "Dizer que as bromélias facilitam a proliferação de mosquitos da dengue é estultice. Mosquitos que costumam por seus ovos em bromélias têm sua população reduzida pelos batráquios que vivem nessas plantas e se alimentam das larvas desses mosquitos. Quanto mais bromélias, melhor para o controle dos mosquitos."
Eis o que diz uma pesquisa feita pelo Jardim de Flores:



"Curiosidades sobre as Bromélias

.
"Bromélias viram a mata de cabeça para baixo
..

Exóticas e donas de uma enorme diversidade de cores e tamanhos, as bromélias definitivamente conquistaram seu espaço nos projetos de paisagismo. E não é de agora que a planta ganhou destaque no Brasil e no mundo. Um dos bons exemplos é o abacaxi, uma bromélia que chegou à mesa dos europeus após a segunda viagem de Cristovão Colombo à América.
Mas é na mata que as bromélias são imprescindíveis para garantir o equilíbrio ecológico de toda a região. E no desempenho desse papel eles são, realmente, incríveis. "Nas florestas tropicais da América existem verdadeiros pântanos suspensos sobre as árvores", escreveu um biólogo francês depois da descoberta, para ele surpreendente: uma variedade enorme de animais aquáticos, típicos habitantes de pântanos e lagoas, consegue viver a 30 metros de altura, junto às copas das árvores. Desde microscópicos protozoários e larvas de insetos até pequenos vertebrados, como os sapinhos arborícolas, sobrevivem naquela altura graças a pequenas quantidades de água de chuva ou de orvalho acumuladas pelas bromélias. São poucos os litros de água que uma planta dessas pode reter (com algumas honrosas exceções, como a Vriesia gigantea, por exemplo, que chega a conter 4 litros de água na roseta foliar), mas existem centenas de milhões (isso mesmo: centenas de milhões) de bromélias povoando os galhos das árvores em grandes extensões de florestas. Na Mata Atlântica, em apenas uma árvore é possível encontrar até quinhentas bromélias, cada qual com enorme quantidade de seres abrigados entre as folhas. Somando todas essas unidades obtém-se o que muito apropriadamente aquele biólogo chamou "um pântano suspenso".

É grande a variedade de plantas que servem de criadouro para pequenos animais, mas poucas conseguem hospedar uma fauna tão abundante e diversificada como as bromélias. Suspensas nas árvores, elas não abrigam apenas seres aquáticos. Em suas folhas podem ser encontrados também inesperados habitantes do solo e até do subsolo da floresta.É que, além da água, uma boa quantidade de folhas caídas fica retida pela bromélia e todo esse material se decompõe lentamente, transformando-se num húmus muito semelhante ao do solo. Ela serve de residência para aranhas, besouros, centopéias, lesmas e até mesmo minhocas. Assim, não foi apenas o pântano que ficou suspenso com as bromélias: elas levaram para o telhado da floresta um pouco de seu chão e outro pouco do seu porão. Do ponto de vista ecológico, as bromélias conseguiram, literalmente, virar a mata de cabeça para baixo!
Fontes de pesquisa: SVMA-SP (Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo), Jornal O Estado de S. Paulo e Revista Superinteressante"

In: http://www.jardimdeflores.com.br/
Notas: 1- As partes em negrito foram grifadas por nós. 2- A foto que ilustra o artigo acima é uma ilustração inerente ao mesmo; não há o nome do fotógrafo.


Poço de Vida






Mudas: aparecem ao lado da planta-mãe
3- Bromélias  - Como cuidar?
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Recebemos também sugestões dos cuidados que devemos ter com as bromélias: 
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Angélica Tulhol disse:"Olá Luísa,moro em São Paulo em casa há dez anos e pelo menos até dois anos atrás,cultivei muitas bromélias dentro de casa, em vasos, que me encantavam com sua exuberância.No verão de 2007, no entanto,transpalantei-as para um canteiro no jardim e, com a chuva, foram ficando encharcadas,dado seu formato ser propício ao acúmulo de água.Conclusão:retirei-as todas devido à ameaça da dengue, esperando que meus vizinhos tivessem agido da mesma forma.Havia lido em algum lugar que para evitar o mosquito em bromélias deveria por pó de café no miolo que concentra a água, mas não tinha tempo nem paciência para isso e o jardineiro só vem duas vezes por mês.Meu pai ( tem 83 anos, vive na internet e ama plantas) cultiva em seu apartamento mini-bromélias que são uns amores!!Sucesso em sua pesquisa!! Abraço!!Angélica"



Zilda de ZildaeAntonio disse: "Fiquei muito felizes quando você mencionou o meu comentário. Recorri ao Google para falar algo sobre as Bromélias, porque a entendida em estudo da Natureza é você.Aí está o que aprendi sobre as Bromélias:
O Poço da Vida
Sua presença no planeta data de algo em torno de 36.000.000 de anos, mas conta a história que Colombo ao descobrir a América, descobriu também o abacaxi.Levou-o para a Europa e a partir daí, o abacaxi caiu no mundo, sendo até hoje o membro da família da bromeliácea, composta atualmente de cerca de 50 gêneros e aproximadamente 3.000 espécies. Sua maioria absoluta ocorre nas regiões tropicais das Américas e apenas uma espécie em restrita região da África.Planta típica do Novo Mundo, a bromélia vai da região norte do Chile e da Argentina até o sul dos Estados Unidos, com predominância absoluta no Brasil, América Central e México. Seja por sua importância ecológica, quanto pelo reduzido número de algumas espécies mais cobiçadas e/ou pela simples aniquilação de outras por diversos motivos, é de fundamental importância que as bromélias permaneçam em seus habitats e continuem compondo o patrimônio natural da região.Denuncie o extrativismo e/ou destruição dos habitats e recuse a compra de plantas do mato, certificando-se de sua origem e optando pelos cultivadores que fazem a reprodução por semeadura.
A Natureza, o planeta e todos nós agradecemos!
Viu como vovó gosta de escrever muito? Desculpe-me ter me alongado.
Um abraço fraterno!"
...
Lau Milesi disse: "Olá Luísa!!! Obrigada pelo convite e pela aula sobre "bromélias" que tive aqui no seu "lindo e ecológico blog". O que posso dizer sobre minha experiência com bromélias é que me apaixonei por elas desde que vi uma, abandonadinha, coitadinha, num terreno próximo à estrada a caminho de Búzios. Isso já tem muito tempo e eu não conhecia nada de "bromélias" na época. De lá pra cá estabelecemos uma boa relação e eu cultivo muitas naquele lugar em que tirei aquelas fotos e enviei pra você no tempo do GO.Lembra? Quanto às providências tomadas para evitar a proliferação do mosquitinho que debandou para o lado do "mal", o jardineiro Anselmo, mãos de fada, nos orienta à pingar algumas gotinhas de água sanitária na "boquinha" da bromélia. E realmente nunca tivemos problemas. Inclusive, recebemos várias vezes visitas das equipes de combate à dengue e não foram encontrados os "bandindinhos mirins'.

Tenho observado também que de uns tempos pra cá a bromélia passou a ornamentar lojas, shoppings e até cerimônias sociais.Fui à uma festa de casamento no Alto da Boa Vista, aqui no Rio,em que na entrada da Casa de Festas foi colocado um arranjo de bromélias LINDÍSSIMO. Interessante,não é? O que sei também (agora fruto de pesquisa) é que a Família "Bromeliaceae" é enooorme. E como toda família grande tem que ter seus cuidados...e como, não é Luísa?"
...
Natureza e Paz disse: "Olá! Amiga Luísa
Primeiramente, quero agrdecer muitíssimo pelo carinho e consideração e me presentear com seus selinhos, pois já consegui fazer a uma das "tarefas de casa", publicando os selos que recebi e outros dias também; e a outra é que não sou, também nenhum expert em natureza, nem tão pouco em bromélias, mas a gente vai se esforçando para aprender cada vez mais, por isso pesquisei sobre o assunto em tela, (diga-se que é muito bom receber esses desafios de descobrir as maravilhas da natureza) através de sites especializados, e segundo a Sociedade Brasileira de Broméliasde, a Bromélia não é um mau exemplo, de acordo com os esclarecimentos à população, que diz que essas plantas, face o avanço da epidemia de dengue, se tornaram alvo de suspeitas como possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da moléstia. A nota visa esclarecer de vez a população sobre a veracidade das informações veiculadas na mídia.
A SBBr sustenta que as bromélias não são criadouros preferenciais. Mas, com o avanço da moléstia, 'a mercê de um enorme descuido das autoridades de saúde, a ordem agora é enfrentar o mosquito e não deixar que as bromélias sejam estigmatizadas e transformadas em bodes expiatórios.
É informado também, alguns cuidados para as pessoas que possuem plantas em casa ou no apartamento:
- deverão ter sua água trocada pelo menos duas ou três vezes por semana. A água deverá ser entornada sobre a terra ou longe dos ralos;
- regar as plantas com uma calda de fumo (fumo de rolo ou de cigarro colocado em dois litros d'água de um dia para outro ou fervido) ou com solução de água sanitária (uma colher de chá de sanitária para um litro d'água) duas vezes por semana;
- também se recomenda a aspersão de todo o ambiente onde as plantas estão com inseticida aerosol piretróide com propelente à base de água (evitar aqueles com querosene) duas vezes por semana; e
- se possível, utilizar todas essas medidas em conjunto para segurança total.
E por fim, ninguém precisa se desfazer das suas bromélias. Elas são fonte de beleza e a natureza certamente agradecerá.
Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2002
Orlando Graeff
Conselheiro da SBBr
Mais informações:
Um forte abraço.
Do seu amigo Carlos"
......
analuiza disse:  "Olá, aprendendo sobre bromélias, por aqui tb já houve uma caça as mesmas que agora aqui conheci suas variedades. Mas, por aqui chove zero e não acumula água . O que acumula e muito é a grave situação social do nosso pais que desvia de sí a responsabilidade da saúde pública. Acabei de plantar no jardim, acho-as muito elegante . Abraços"
....
007BONDeblog disse: "Luísa
Boa noite
Fiz uma matéria sobre dengue e bromélias com chamada aqui para o blog.
Espero que ajude a incrementar o debate.
Um abraço"
...
Nota: A matéria de nosso amigo Bond está transcrita, na íntegra, na Via Verde 67.







4- Conclusão

 É compartilhando o que aprendemos que colaboramos para um mundo melhor. Que esta pesquisa coletiva de amigos em torno de um tema de interesse público possa, de alguma forma, ser útil para todos nós, participantes, e para todos que se interessam pela preservação ambiental. 

De um modo geral, podemos concluir que:
1-As bromélias são muitas vezes discriminadas simplesmente por não as conhecermos.
2-Em tempos de dengue, tudo que possa reter água é visto como um possível criadouro do mosquito Aedes Aegypti.
...
Terminamos com uma nota divulgada à população pela SBBr:

   "Esclarecimento à População
A BROMÉLIA NÃO É UM MAU EXEMPLO
 
 
A Sociedade Brasileira de Bromélias - SBBr - é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que reúne estudiosos, cientistas, admiradores, colecionadores e produtores de bromélias do Brasil e de outros países. Essas plantas, face o avanço da epidemia de dengue, se tornaram alvo de suspeitas como possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da moléstia. A presente nota visa esclarecer de vez a população sobre a veracidade das informações veiculadas na mídia.
A SBBr sustenta que as bromélias não são criadouros preferenciais. Mas, com o avanço da moléstia, à mercê de um enorme descuido das autoridades de saúde, a ordem agora é enfrentar o mosquito e não deixar que as bromélias sejam estigmatizadas e transformadas em bodes expiatórios.
Nesses dias em que a dengue fugiu ao controle, ninguém deve correr riscos. Preconiza-se hoje o sexo seguro, sempre com a camisinha, para se evitar a escalada da AIDS, mas não se condena o amor. Pois com as plantas é da mesma forma: vamos continuar tendo nossas bromélias, como é de direito de todos, mas sempre com a máxima responsabilidade.
A SBBr respeita a vida, por isto firmou em 2001 um termo de cooperação técnica com a Comlurb para pesquisar produtos capazes de eliminar as larvas de mosquitos e outros insetos nos tanques das bromélias. O fruto desta parceria foi a descoberta de soluções simples e eficientes que hoje beneficiam toda a população. Veja abaixo como cuidar das bromélias:
Para pessoas que possuem poucas plantas em casa ou no apartamento:
- Deverão ter sua água trocada pelo menos duas ou três vezes por semana. A água deverá ser entornada sobre a terra ou longe dos ralos;
- Regar as plantas com uma calda de fumo (fumo de rolo ou de cigarro colocado em dois litros d'água de um dia para outro ou fervido) ou com solução de água sanitária (uma colher de chá de sanitária para um litro d'água) duas vezes por semana;
- Também se recomenda a aspersão de todo o ambiente onde as plantas estão com inseticida aerosol piretróide com propelente à base de água (evitar aqueles com querosene) duas vezes por semana;
- Se possível, utilizar todas essas medidas em conjunto para segurança total.
Bromélias plantadas no chão, em residências ou condomínios: Recomenda-se o inseticida ecológico rural, da Natural Camp (tel: 0800-161131 - testado e aprovado pela Comlurb) que deve ser pulverizado uma vez por semana. Não há perigo para animais domésticos ou para o homem. Outras alternativas são os inseticidas comerciais, comercializados com recomendação agronômica, uma vez por semana. A SBBr recomenda o serviço realizado por empresas de manutenção profissional que tenham agrônomo responsável.
Os colecionadores e produtores de bromélias já realizam combate sistemático a pragas e, com isso, aplicam inseticidas com freqüência. Não há notificação de focos em qualquer desses estabelecimentos.
IMPORTANTE: Para acabarmos com o mosquito, o controle deverá ser permanente, quebrando o ciclo do mosquito. Os ovos do Aedes aegypti ficam viáveis por até 400 dias e, com isso, se não houver atenção até o ano que vem, ele retornará ainda pior em todos os focos conhecidos.
A manutenção dos jardins e espaços públicos é responsabilidade do Estado ou do Município, a quem cabe decidir os produtos e técnicas a serem utilizados. Sabemos hoje que o combate a esses focos é possível e não obriga à destruição de plantas de qualquer natureza que são patrimônio público, ou seja, da população. A legislação ambiental protege as bromélias da natureza porque reconhece a sua importância nos ecossistemas. É crime ambiental, inafiançável, extrair ou destruir bromélias dos ambientes naturais!
Ninguém precisa se desfazer das suas bromélias. Elas são fonte de beleza e a natureza certamente agradecerá.
Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2002.
Orlando Graeff
Conselheiro da SBBr"


Participantes desta roda de amigos, seja através de um comentário, seja através do envio de informações diversas e/ou pesquisas. (A lista está em ordem alfabética):




Clique no link e veja o vídeo do Bromeliário Burle Marx. Lindo!!!

Veja mais, abaixo, em Mais informações, entre outras coisas, uma armadilha caseira para o mosquito da dengue - vídeo e texto.