A voz que trocou de roupa

Em abril de 2022, no final do post " Goiânia, além dos aparta-mentes ", deixei alguns fragmentos de textos. Textos que escrevia enquanto "passeava" em consultórios médicos. Em um deles, a lembrança viva de meu pai me fez pensar em quantas histórias cabem numa xícara de café. Nasceu assim a crônica A voz que trocou de roupa Uma crônica sobre memórias, mudanças e o Brasil que (nem sempre) acolhe seus intelectuais Foi num hotel em Goiânia que percebi, sem aviso, o tanto de história que me atravessa. Histórias que não conto, mas que se escondem nas entrelinhas do que sou — que aparecem quando o cheiro do café lembra a infância, ou quando um silêncio diz mais do que uma frase bem escrita. O salão do café da manhã tinha luz amarelada, e um ventilador de teto girava com esforço, como se quisesse permanecer ali apenas por cortesia. Os donos do hotel vieram conversar conosco. Um casal gentil e acolhedor. Disseram que haviam sido jornalistas. Trabalharam durante anos em ...