quarta-feira, janeiro 01, 2025

Mudanças para um Novo Ano

Fotografia: Luísa Nogueira

Mudanças para um Novo Ano 

 

Mudar é transformar. É viajar para dentro ou para fora de nós mesmos. Mudanças remexem estruturas, podem ruir ou reforçar bases. Porém são necessárias, difíceis e exigem coragem.  

 

Sempre gostei de viajar, conhecer novos lugares, pessoas, cidades, diferentes ambientes. Quando jovem, eu tinha minha base. Era para ela que eu sempre voltava. Saía de férias em excursões da faculdade ou em grupos de amigas, sabendo que depois retornaria à minha rotina. Seguir meu curso pela manhã, voltar para casa onde sempre me esperava um almoço quentinho feito pela minha mãe. Depois, rapidamente, com livros e cadernos em mãos, olhar o roteiro de aulas já preparadas nos finais de semana. Ajustava aqui e ali meus planos de aula do dia e correndo pegava a rua até chegar ao colégio onde dava aulas. Voltava feliz, acompanhada por colegas e alunos. Mas, tinha dias que o cansaço chegava e eu ficava triste.  

 

Quando eu tinha tempo, ouvia meus discos de música clássica - que eu adorava! Amava particularmente um, com piano. Chopin? Mozart? Era o tempo das coleções; eu comprava muitas: de livros de literatura a discos de música clássica. Nos dias bons, eu lia ou estudava tamborilando e cantando baixinho. Nos dias que o corpo lembrava o que é ser mulher, eu acompanhava Mozart, Bach, Beethoven, Chopin, Schubert, Tchaikovsky ou minhas cantoras ou cantores favoritos, com lágrimas lavando mágoas, exaustão, desentendimentos, decepções, frustrações. Mas isso era passageiro. Afinal, nós mulheres, renascemos dia após dia e seguimos ainda mais fortes. 

Minha mãe contava que, no seu tempo, usava-se um procedimento chamado sangria para curar certos males. Sangrias curavam.  

 

Mulheres se renovam e renascem todos os meses.  

 

Mudanças renovam o ar, a esperança e a fé. E essa fé cresce à medida que o tempo passa. Também, pudera! O tempo é sábio. Sabe que nosso corpo precisará de muita fé para continuar seu caminho. Nosso corpo diminui em tamanho e forças, mas nossa fé diz que tudo está bem, “está ótimo, você é forte, já enfrentou tanta coisa, não é uma quedinha que vai te parar”. “Não lamente, continue!” 

 

Li em algum lugar que o ser humano envelhece quando troca sonhos por lamentos. É isso mesmo? Não podemos lamentar? Sonhe, sonhe sempre e siga como se você fosse durona. Durona, mas não imortal. Como no amor: Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure(Vinícius de Moraes). 
  

 

Planetas e moradas 

 

“Na casa de meu Pai há muitas moradas, disse o Sábio. Aí penso: Se planetas forem moradas, seremos eternos moradores das galáxias? Somente na Via Láctea,300 milhões de planetas como a Terra, segundo a NASA. Planetas de todos os tamanhos e para todos os gostos. Quentes, frios, insossos. Céus, infernos, purgatórios? Oiii? E a Terra, qual é? 

 

Rodeios ou filosofia? Não sei. Queria falar de mudança real, mudança de lugar, mudança devida de vida. De minha última mudança. Necessária, porém, dolorida.  

 

Todo parto é dolorido.  

 

Muitas vezes, mudanças exigem mais que coragem. Exigem fé. Ô tempo sábio! Tira aqui, tira ali, mas compensa em fé. Ele nos dá uma mina de fé. Porque muita fé é preciso.  

 

Sonhar é preciso. Viver é preciso. Fé é preciso.  


Sejamos sementes. Sementes de fé.  


Eu, com fé, fiz mais uma mudança. Uma mudança dentro de mim.  

 

O mundo é uma roda que gira, gira e gira. São nossas mudanças. Por dentro e por fora.  

 

Sigamos com fé. E que seja um  

 

Feliz Ano Novo! 


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terça-feira, março 12, 2024

O que aprendi com Brigitte

 

Brigitte Bardot, fotos da internet

Aprendi envelhecer sem medos, sem constrangimentos, sem preconceitos tolos sobre idade. Nós, mulheres, crescemos em um sistema machista extremamente perverso, onde medo, constrangimento e preconceito são a tônica do meio onde vivemos. Em tudo e em todos os lugares. Mulheres são mulheres enquanto pele e corpo têm a vitalidade dos vinte, trinta anos. Depois, “é uma velha”, “ela já foi bonita, agora está velha”, ou seja, o conceito de mulher atrelado à juventude, a estar ou não jovem, a ser ou não ‘bonita’. 

Um fato recente, muito comentado na internet, foi sobre algumas barbaridades ditas por um homem de 50 anos, com um corpo que, se fosse de uma mulher, seria classificado com alguma palavra de baixo nível por machistas iguais a ele. Falo do cantor Rodriguinho. Ele disse sobre o corpo de uma jovem de 35 anos, a Yasmin Brunet, em um programa de entretenimento: “já foi melhor, mas tá bem bonita ainda” (…) “Você percebe que ela está mais velha, que ela largou a mão aqui. Hoje, ela comeu dois pacotes de bolacha com requeijão inteiros”. Veja, “tá bonita AINDA”. Uma moça de apenas 35 anos, repito. E o macho ainda se acha no direito de supervisionar o que a menina come ou deixa de comer. 

 

As mulheres deste século começam a acordar, deixando de lado a ‘opinião’ de pessoas que se colocam no mundo como se fossem o último pé de pitanga. Se ao menos se enxergassem como pé de pequi! 

 

Mas, voltando ao começo, quero falar de nosso envelhecimento. Temos o direito de envelhecer com dignidade, com respeito e ao nosso modo? Nós, mulheres, somos ou não somos donas de nosso próprio corpo? Ora, “tinjo MEU cabelo pra mim mesma ou para o (O) outro?”, “Faço botox, coloco silicone aqui e ali?” para satisfazer o desejo dos inconsequentes que deveriam ser nossos companheiros? Nossos questionamentos deveriam ser: Seriam eles extraterrestres de visita à Terra? Apenas nós, mulheres, envelhecemos? Na passagem - sim, é uma passagem - pelo percurso do nascimento à morte, somos diferentes em quê? Nossa pele se dobra e a deles não? Nossa circunferência abdominal fica rechonchuda e a deles não? Os cabelos dos machos não ficam tão brancos quanto os nossos? 

 

Como seria bom compreender que nosso bem-estar é mais valioso que conceitos ultrapassados de quem não se olha no espelho. Que devemos jogar fora preconceitos arraigados – impostos por aqueles que desejam dominar e se autoproclamam donos dos corpos que todos e todas deveriam reverenciar Em uma crônica de 2018 eu disse e continuo dizendo: “Somos o útero do mundo”. Somos nós que procriamos, criamos e educamos seres humanos. Portanto, vamos tentar seguir sem dar ouvidos às imbecilidades daqueles sem muita capacidade cognitiva? - ao menos tentar, porque é na tentativa de acertar que conseguimos equilíbrio e ficamos firmes, em pé e de pé. Sem olhar para cima, nem para baixo, mas na direção do horizonte. Um horizonte promissor a todas e todos (tod@s) que se despirem das tolices impostas por uma estrutura social antiquada, enraizada desde os tempos das cavernas. 

 

Brigitte Bardot, uma mulher que abandonou fama e sucesso para viver sua própria vida, sem medo de ser feliz, é minha inspiração. Hoje e sempre ativista pela causa dos animais, ela segue firme, fazendo o que sempre quis, tendo a felicidade como meta. 

 

PS: Não estou falando sobre HOMENS. Todos merecem nosso respeito. Falo de machos, aquela espécie que se sente superior e que, na verdade, não passa de espermatozoide nascido com cérebro em desequilíbrio. 

 

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Em tempo: No paredão de hoje, deste BBB 24, minha torcida é para a sagacidade do Davi e sua coerência no jogo. Penso que Yasmin errou quando se deixou envolver com intrigas de ‘gatilhos’ maldosos.

  

Ilustração deste post: Fiz uma colagem com fotos da internet de Brigitte Bardot jovem e Brigitte Bardot com 89 anos. Em setembro ela completa 90 anos bem vividos.  


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