Pular para o conteúdo principal

Via Olimpíadas 2008: (5 de 5) Desejo Possível

Foto de Luísa Nogueira

A terra é um planeta redondo que por vezes se torna quadrado. Explico: Dentro do círculo pode-se perceber pequenos e grandes círculos e também pequenos e grandes quadrados.

Sonhei que os quatro cantos dos espaços quadrados tornava-se cada vez mais arredondados.

Sonhos são sonhos, nem sempre são compreensíveis e reais. Imaginários? Irracionais? Utópicos? Afinal, o que são sonhos? Reflexos do pensamento? De acordo com o dicionário, "1 Representação em nossa mente de alguma coisa ou fato, enquanto dormimos. 2 Coisa imaginada, mas sem existência real no mundo dos sentimentos"* ou "Visão que se tem enquanto se dorme. Grande desejo, ideal, imaginação, aspiração quase impossível de ser realizada".** Vamos ficar com esta última definição: "Grande desejo, ideal, imaginação, aspiração quase impossível de ser realizada". Se todos sonharem, o desejo se torna possível, creio eu.

Mas, voltemos ao sonho. Em cada um dos quatro lados habitava uma raça: a vermelha, a negra, a amarela e a branca. Separadas. Uma em cada lado, vivendo em seu espaço, dentro de seus limites "territoriais". E cada uma das pessoas de cada raça tinha seus limites de pensamento, de imaginação, de abertura ou não para o mundo, para os limites pré-estabelecidos, para os preconceitos e tabus, para os "outros lados".

Quanto mais fechadas estavam as pessoas de cada quadrado, mais no centro ficavam. As mais abertas se aproximavam das fronteiras, queriam saber sobre o "outro". Isto as tornava menos intolerantes, menos fechadas e mais abertas para a vida... Compreendiam melhor sua cultura e começavam a compreender o modo de ser das outras raças. Quebravam as barreiras dos pensamentos limítrofes, os muros que impedem os povos de se abraçarem de igual para igual, sem perceberem a cor da pele do outro, ou sua condição social, ou sua ideologia religiosa e política. Assim, arredondavam os quadrados, tornando-se seres  melhores, mais compreensivos e tolerantes.

Quando ultrapassavam os limites daquele quadradinho, o que acontecia? Subiam, voavam e se encontravam em um círculo. Era um círculo aparentemente invisível, mas que pairava acima de suas cabeças. Era lá que ficavam aqueles que não se viam apenas e simplesmente como uma raça, mas sim como pessoas humanas, racionais. Era lá que estava quem se via como alguém que pode, deve e tem o direito de ultrapassar os limites que lhe são impostos. Como alguém que pode voar, saltar obstáculos e se encontrar com o outro, seja ele de sua própria raça, de uma outra cor ou de ideologias diferentes.

Sonhei que a terra arredondava-se cada vez mais e os quadrados desapareciam. Sonhei que as pessoas que ousavam sonhar criavam asas, voavam e habitavam um belo planeta totalmente redondo. Um belo planeta chamado Terra, que, às vezes, se torna tão quadrado.

Que "Beijing 2008" possa contribuir para que nosso planeta se torne cada vez mais redondo!

------------------------

*MICHAELIS, Dicionário Escolar - Língua Portuguesa, Editora Melhoramentos, São Paulo, 2002.
**SILVEIRA BUENO, Francisco da. Grande Dicionário Etmológico-Prosódico da Língua Portuguêsa, Edição Saraiva, São Paulo, 2ª tiragem, 7º volume.

---------------------------------

Acompanhe este blog e nossas redes sociais.


Instagram: @luisanogueiraautora

Para acessar minha página no Instagram, aponte a câmera de seu celular para a tag de nome abaixo:



















Facebook: Luísa Nogueira 


Pinterest: Luísa Nogueira 


#naturezaemfotosluisan 


-----------


Este blog foi criado com vias direcionadas ao meio ambiente (natureza, sustentabilidade, vida) e desde sua criação citamos e falamos sobre livros. Confira e navegue entre os posts das principais vias:



--------

 

Confira também a página Livros de Luísa Nogueira


——-

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Via Verde: Pequena, Vermelha e Adocicada: Que fruta é essa?

Galhos com frutos maduros e amadurecendo. Há alguns anos compramos uma muda de uma planta que diziam ser jambo. A plantinha foi crescendo e cada vez ficando mais diferente de um jambeiro. Quando começou a frutificar vimos que era uma fruta que não conhecíamos. O pior é que ninguém da vizinhança conhecia. É pequena, tem mais ou menos um quarto do tamanho de um jambo, vermelha e adocicada, quando madura. Você sabe que frutinha é essa? Árvore com tronco e galhos finos. Formato das folhas e frutinhas amadurecendo. Que fruta é essa?  Retiramos a pele de uma delas para mostrar a polpa. A pele é bem fininha... Cada uma das frutinhas possui duas sementes, parecendo uma semente dividida. Duas frutinhas ao lado de um jambo. Essa  foto foi feita ontem, domingo, após a colheita. ----------------------------

Via Verde: As Três Cores do Flamboyant, a Musa das Árvores

Flamboyant vermelho - Apesar desse flamboyant ser uma árvore nova, sua copa dá uma grande e gostosa sombra.  Minha filha, durante uma caminhada, passando sob o flamboyant. Beleza da copa florida Folhas, botões e flores do flamboyant  Flamboyant enfeitando o jardim do Tribunal de Justiça, em Brasília.  Flamboyant, espelho d'água e fachada do TJ.  Flores e galhos retorcidos do flamboyant. Flores do flamboyant - Veja, logo abaixo, esta foto em uma tomada mais próxima. Sempre quis clicar as flores de um flamboyant bem de perto. Não são belas? Flamboyant alaranjado - Três ou quatro árvores dando as boas vindas na entrada de uma lanchonete, na rodovia que liga Goiânia a Brasília ( Lanchonete Jerivá ). Flamboyants do Jerivá Flamboyant amarelo - Este está em Brasília, logo depois da Ponte das Garças - conhecida como 'a ponte do (Conjunto Comercial) Gilberto Salomão', no sentid...

Via Verde: Folha Santa - I

Flores fechadas e folhas da folha-santa. Ao fundo, um muro recoberto com a planta unha-de-gato. O que mais amo nessa planta, a folha-santa, além da beleza de suas folhas, são suas flores (são flores?). No início, antes de abrirem, parecem cápsulas que, ainda verdes, podem ser 'pipocadas', pois, ao apertá-las, emitem um ligeiro som de estouro. As fotos de hoje são de cachos de suas flores ainda amadurecendo. Vou, numa segunda etapa, mostrar também suas flores já abertas e, depois, a reprodução através, apenas, de uma folha.  Flor es fechadas da planta folha-santa. Ao fundo: Agave Cachos de uma planta da família das crassuláceas - Folha-santa. Ao fundo: Agave, dracena e palmeira açaí. Folha-santa ( Bryophyllum calycinum ). Família das crassuláceas. Sua reprodução é bem fácil: de qualquer pedaço de algum galho podem nascer várias mudas. Uma só muda em pouco tempo transforma-se em uma moita.  É uma planta medicinal. ...

Via Verde: Bromélias: Inocentes ou Culpadas? - V: A Pesquisa Coletiva e sua Conclusão

Com o título Bromélias: Inocentes ou Culpadas? vimos e discutimos opiniões diversas, vindas de diferentes regiões do Brasil. Nossa roda de amigos, através de comentários e envio de fotos e textos, participou de uma pesquisa-debate envolvendo uma das mais belas flores brasileiras. Ganhamos todos nós! Ficamos com um maior conhecimento sobre essa planta da família  bromeliaceae; tivemos mais informações sobre a rica diversidade do meio ambiente em que vivemos e ganhamos também conhecendo um pouco mais sobre a vida que entrelaça fauna e flora, tão sabiamente criada e desenvolvida em nossas matas e florestas. 1- Nossas belas são inocentes ou culpadas? Antes de qualquer conclusão, vamos ver um pouco mais sobre as bromélias. Sugerimos também a leitura de alguns artigos sobre o mosquito Aedes Aegypti, transmisssor (vetor) da dengue.Vamos lá? 1.1- Bromélia, gravatá, carandá, caravatá, caraguatá, caraguá, carauatá, carauá e croata, são o...

Via Verde: Folhagens no Outono Brasileiro

Folhagens Caládio Nomes populares: Caládio e tinhorão, entre outros; nome científico:   Caladium bicolor .  Família  das aráceas. Costela-de-adão Nomes populares: Costela-de-adão, monstera, banana-de-mato,  abacaxi-do-reino,  ceriman;  nome científico: Monstera deliciosa . Família das aráceas. A flora nativa do Brasil é rica e diversificada. São plantas com flores e folhagens de cores que passam por todos os tons do arco-íris e de  formas e tamanhos os mais diversos. Em relação às folhagens, há com folhas gigantes, grandes, médias, pequenas e minúsculas. Essas destas fotos são algumas que consegui, aqui e ali, fotografar. Tenho mais fotos. Logo que consiga  identificá-las, deixarei por aqui. ... Cróton Cróton - É um arbusto que pode atingir de 2 a 3 metros de altura. Nome científico: Codiaeum variegatum . Família das euforbiáceas. Dracena (Veja mais sobre dracenas, neste blog, no post 'Dracena fragans, a Bela da T...

Via Verde: Limão Imperial

Como aquela frutinha chamada Noni* que encontramos em Goiânia, o limão imperial , para mim, também é uma novidade. Vi essa muda das fotos em um viveiro de Brasília. Só souberam me informar sobre seu nome. Nada encontrei também nas pesquisas que fiz via Google. O fruto parece uma pequena laranja, porém rajado, como suas folhas. Havia algumas pequenas flores, mas elas não estão bem visíveis nessas imagens. As fotos foram feitas em um horário inapropriado para fotografia. Infelizmente não pude retornar em uma hora melhor para tentar mais alguns cliques. Alguém conhece? Família  Citrus sinensis ? Limão imperial? Limão imperial -------------- *Noni - Veja a post Noni neste mesmo blog. --------------- Obrigada, amigos. De acordo com a estatística do Blogger estamos com mais de 400 mil visualizações de páginas. Neste exato momento (18:38 h) está marcando 401.156 visualizações. Estamos felizes! Queremos dividir essa alegria com todos vocês que por aqui passam....

Via Verde: Flor-da-fortuna

Flor-da-fortuna A semana passada ganhei esse vaso de flores de minha filha. Poucas estavam desabrochadas. Alguns dias depois, quando tirei estas fotos, estavam assim: Flor-da-fortuna, calanchoe, kalanchoe dobrado ( Kalanchoe blossfeldiana ). Família das crassuláceas. Há uma boa variedade de cores. É uma planta suculenta originária da África, Madagascar. Pode atingir até 30 centímetros. Floresce durante quase todo o ano. ... Uma florida semana! .... ... ------------------------

Via Vida: Um Leque

Um leque. Uma moça com um leque. Uma moça, tatuada e com um leque. Uma moça, em um ônibus, tatuada e com um leque. Uma moça, em um ônibus, sentada em minha frente, com uma tatuagem e um leque. A moça do ônibus não sabe. Ela não sabe que seu leque passageiro trouxe lembranças de outros leques. Muitos leques. Estilos diferentes de leques. Orientais, nacionais, de tecidos, rendas e até em forma de abano, feito com palha de coco. Foi em setembro, naqueles dias de muito calor. Em setembro, uma moça, no ônibus, um leque balançava. O leque, acenando, ia e vinha. Cenas flutuavam no vai e vem do sopro do leque e lembranças evocavam. O sopro do leque se fez brisa e a brisa me levando me fez voar. Eu voando, no vai e vem do leque, vi. Eu vi! Vi minha mãe sentada com seu leque azul. Com seu leque rosa rendado. Com seu leque lilás. Com seu leque-abano, feito com palha de coco. Com seus muitos leques minha mãe se abanava e o sopro da brisa acariciava sua face suave. A moça d...