terça-feira, agosto 11, 2009

Via Vida: Brigando com a Suína

Imprevistos de Viagens


- Toc, toc, toc...
- Quem é?
-Sou eu, a Suína...
- ??? Espere aí... (Meu Deus, me ajude a colocar mais ferrolhos nessa porta...)
...
Não é brincadeira. A suína bateu em nossa porta. Pensava que estivesse segura, que ela estava bem longe, mas a 'porquinha' estava aqui, pertinho de nós, nos rondando... Ela ou seu fantasma, ainda não sabemos. Descobrimos assim:

Minha filha chegou de Goiânia, no sábado, por volta de 4 h da tarde. Saiu do carro chorando, dizendo que não estava bem. Ao abraçá-la, percebi que ardia em febre. O termômetro acusou 40 graus. Rápido improvisamos algumas compressas frias. Colocamos tecidos úmidos sob seus braços e em seu pescoço. Enquanto meu marido lavava seus pés com água ligeiramente morna, eu trocava os tecidos. Meia hora depois corremos para a emergência do hospital mais próximo de nossa casa. As compressas devem ter abaixado a febre porque ela conseguiu resistir mais ou menos 40 minutos na fila de espera. A emergência do Hospital Brasília, onde fomos, estava lotada. Parece que todo mundo resolveu passar mal ao mesmo tempo. Além dos especialistas que normalmente tem em um Pronto Socorro, havia três clínicos, ou seja, colocaram mais dois. Achei pouco para o número de pessoas que também aguardavam. Bem, ao chegar sua vez, na sala da enfermagem, a enfermeira nos disse que a febre devia ter realmente abaixado, mas já estava chegando novamente aos 40 graus: 39.7! O médico que a atendeu em seguida pediu os exames de praxe: hemograma, Raio X do tórax e um exame de urina. Ela ficou em repouso e observação enquanto tomava soro e um analgésico. Uma hora e meia depois, levei os resultados para o clínico. Tudo normal, se não fosse em época de gripe suína. Há alguns meses o clínico teria dito: "É apenas uma virose". Mas, com o 'fantasma' da suína correndo por aí, ele nos disse: "É um quadro infeccioso: febre e uma irritação da garganta. Pode ser o H1. Temos que fazer alguns exames específicos". Minha filha fez os tais exames, mas os resultados devem demorar mais de uma semana. Enquanto isso, "ela deve começar imediatamente o tratamento e ficar isolada. E o uso de máscara deve ser para todos de casa; e, se a febre retornar, ou houver qualquer sinal de piora ou falta de ar, vocês devem trazê-la imediatamente", completou o médico. Com os formulários em mãos e a receita do remédio, lá fomos nós a um hospital da rede pública pegar o remédio (Uma cartela com 10 comprimidos, para serem tomados de 12 em 12 horas). Ela começou a tomá-lo naquele mesmo instante. Chegamos em casa quase meia noite.
...
E assim, estamos 'mascarados' e isolados. Em casa, resolvemos que as máscaras seriam usadas quando estivéssemos juntos. Em seu quarto, ela não precisaria colocá-la. Ela e meu marido estão seguindo isto à risca. Eu, mais ou menos. De vez em quando ela briga comigo: "Por favor, mamãe, e se for mesmo a gripe suína? Eu não quero que você pegue!" Até sua escrivaninha foi transformada em mesa de refeições. Meu sexto sentido de mãe me diz que não é a tal gripe. Foi o cansaço da viagem, o tempo muito seco e quente e outros fatores que devem ter provocado essa febre alta, penso. Meu esposo, mais racional, diz que realmente a hipótese da gripe não deve ser descartada. "A febre foi muito alta", diz. Em todo caso, foi uma febre repentina e passageira. No domingo pela manhã, depois de uma noite de sono, sua temperatura já estava quase normal: 37 ou 37.2. Continua ainda assim. Não foi nem preciso o Tylenol que havia sido prescrito em caso de febre ou alguma dor. Todos os cuidados estão sendo tomados.
..
Recentemente não fizemos viagens distantes nem tivemos contatos com pessoas que chegaram de outros países. Saímos normalmente: lanchonetes e restaurantes, feiras tipo Feira da Lua ou Feira Mix, shoppings...
..
Comecei com uma brincadeira, mas o assunto é sério. Será que não se pode mais sair de casa?
...
..
-----------------------