terça-feira, julho 16, 2019

Ipês de Brasília I



 
Brasília e seus Ipês


Quem mora em Brasília sabe que o ipê amarelo gosta de mostrar suas flores em plena seca do cerrado brasileiro. Sua beleza atrai os olhares de todos por sua exuberância e seu valor está também na garra e na grandeza de enfrentar um clima de pouquíssima umidade. 

Eles aparecem entre os meses secos de nossa capital. A cidade perde em umidade, mas ganha em colorido.

O brasiliense esquece o nariz sangrando com o frio seco para admirar as cores chegando e desaparecendo. Primeiro no alto das árvores, entre folhas de um verde escuro, logo depois não se vê mais as folhas, só flores. Não ficam muito tempo, são como companhias teatrais, não gostam de permanecer longos períodos em um só lugar. 

Estamos na época do ipê-roxo. Depois o colorido passa a vez para o rosa, logo depois o sempre esperado amarelo para em seguida aparecer aquele que parece coberto com neve, o branco ultra branco. Ficam floridos algumas semanas. O bom é que não florescem ao mesmo tempo. Um exemplo: No final do mês passado o Parque da Cidade estava cheio de ipês floridos, mas dê uma passadinha por lá agora, se você tiver sorte ainda pode ver um ou outro nos mesmos lugares. Você vê um ipê florido uma semana em uma quadra e na semana seguinte ele já está perdendo suas flores, passando a vez para o ipê de sua quadra, até então dormindo. De repente ele acorda e aparece todo, todinho cheio de flores. São buquês e mais buquês. Veja a última foto, fiz o clic sexta-feira passada, hoje passando por lá vi mais flores no chão do que na árvore. Outro dia havia muito ipês floridos de um lado do Campus Darcy Ribeiro da UnB, depois você via alguns já se despedindo enquanto outros apareciam aqui e ali. Ainda há alguns bem floridos. Mas no geral já se despedem das pessoas que passam por eles sempre de celular nas mãos para algumas fotos.

As duas primeiras fotos fiz ontem, em frente da Biblioteca Central da UnB. Veja, apesar de não estarem mais tão floridos, ainda atraem quem passa por eles. Luísa Nogueira

———-
Nota: Ontem, quando fiz as fotos, não percebi o casal de namorados sentados, também de celular a postos. 😊 Achei super romântico.
Postagem de agosto de 2019.

#ipesdebrasilia #iperoxo #ipês #brasiliaflorida #campusdarcyribeiro #unb #naturezalinda #ipeflorido #floresroxas #flowers #fleurs🌸 #floresdobrasil #arvoresdobrasil #arvoresdocerrado #frioseco #naturezaemfotosluisan #lu_inog



------------

Pombinha na Esplanada. Clicava os ipês mas foi ela que saiu nas fotos. (Registro de agosto de 2017). 


segunda-feira, julho 15, 2019

Ipê da Rodoviária de Brasília

 



Ele cresceu
O ipê amarelo da Rodoviária cresceu e continua atraindo quem por ele passa nesse período do ano. De longe ele atrai a atenção de todos da Rodô do Plano Piloto e também daqueles que passam a caminho da Esplanada.
A primeira foto é de 2014, publicada em nossa página do Facebook. A segunda é deste ano, fiz a semana passada.

sexta-feira, abril 19, 2019

E num piscar de olhos...


Bom dia mano querido
E num piscar de olhos...

Bom dia mano querido

Véspera de Páscoa e eu aqui pensando em quanto é breve essa vida. Pessoas que amamos desaparecem num piscar de olhos. Uma dor, um mal-estar, uma cirurgia, anestesia... Médicos nos fazem fechar os olhos e... adeus vida terrena, adeus filhos, adeus família.


A vida é uma fábrica de encontros e desencontros. Une pessoas, cria famílias, hoje crianças unidas, brincando num universo só delas - cada uma acreditando que seguirão assim, para sempre. Crescem, conhecem outras crianças crescidas, formam outros casais. Criam mais crianças brincando num mundinho só delas. Encontros de hoje, desencontros de amanhã. A criança vira tio, tia. Os tios tornam-se avós, bisavós. Felizes as famílias que conseguem ter suas gerações por perto. Sábios povos orientais. Ainda neste século eles conseguem unir, muitas vezes em uma só casa, diferentes gerações.

Encontros e desencontros acontecem desde a criação do mundo.

Encontros de crianças, desencontros de adultos. Meu irmão, minha irmã, meu pai, minha mãe, meu avô, minha avó, meu e minha bisa... E depois? Novos encontros, sempre novos encontros. O novo hoje não será novo amanhã. Amanhã é um outro e novo dia. Ah! Se pudéssemos ser para sempre crianças! Se a criança assim pensasse, não soltaria jamais as mãos de suas crianças irmãs, porque, crescida, quer ‘seguir em frente’, ‘ver outros horizontes’, cair em novos encontros e desencontros.

E num piscar de olhos... 

E num piscar de olhos a vida se vai, foi-se o tempo bom daqueles encontros onde nada se pensa, pensar o quê? Tudo é nosso, tudo é bom, mamãe está por perto, a comidinha gostosa tá sempre ali, nossos brinquedos, mesmo feitos com caixas de papelão, são nossos, só nossos. Tudo em volta é meu, é nosso. O céu é sempre azul, as nuvens andam e desenham o que minha imaginação quer... então, pra que crescer? Mas a vida não fica ali, paradinha, só pra mim, só pra nós.

A vida é vento, ar que passa, correndo com pressa, sem olhar para trás. A vida não gosta de repeteco, pensa que não se repete, corre, corre. Corre, vida, corre, corra de si mesma. Corra mais, quilômetros ou, sei lá, anos-luz. Ela corre, não gosta de se repetir, mas se repete sempre, sempre.

E num piscar de olhos... 

Para os que ficam, restam as lembranças, a culpa por não ter podido conviver mais, amar mais, conversar mais, dividir mais nosso tempo e nosso carinho.

E num piscar de olhos... 

E num piscar de olhos, meu irmão mais velho partiu. Humberto, aquele que me protegia quando éramos crianças. Humberto, aquele que me seguia atrás de árvores, quando eu, adolescente, saí com meu primeiro namorado. Ou fazia minha irmã mais nova, então com sete anos, ir conosco ‘de vela’. Coisas incompreensíveis para hoje mas que mostravam o amor e o cuidado de irmãos. De minha parte também houve esses ‘cuidados’. Quatro anos mais nova, eu era a irmãzinha chamada de ‘cunhada’ por garotas apaixonadas por ele e, muitas vezes, não dei os recados que elas lhe mandavam. Uma vez, em um piquenique de jovens de uma pequena cidade, algumas mocinhas quase me sufocaram por eu ser a irmã dos garotos mais badalados do pedaço. Sim, eram dois, quase gêmeos, com apenas um ano de diferença entre eles. Imagino como está o coração de nosso Luiz. “Perdi meu companheiro de uma vida inteira”, ele me disse. É, irmão, perdemos a alegria, as gargalhadas, as brincadeiras de nosso irmão, nosso companheiro de infância e de mil aventuras. Onde eles iam me levavam, até em praias perigosas, às escondidas - eram mestres nisso. Humberto contava, às gargalhadas, um ‘passeio’ que fizemos em uma praia do Rio Tocantins, andando na areia, dentro do rio, até a água quase nos afogar. Eu com apenas um ano. Assim foram muitos ‘passeios’. 

Eles aprenderam construir minicasas feitas com minitijolos e eu fui uma das primeiras a ver a minicidade feita por eles. Eu, orgulhosa, olhava as casinhas... os detalhes das pequenas janelas e portas, o telhado com telhas minúsculas... eu devia pensar, “meus irmãos é que fizeram”, “meus irmãos são demais”. 

Humberto me ensinou, em aulas de desenho, a raspar as pontas coloridas de lápis e pintar com algodão a figura desenhada. “É uma mágica”, me ensinou ele do alto de seus sete, oito anos.

Quando conheceu sua esposa, foi amor à primeira vista. Não se desgrudaram mais. Imagino como deve estar a cabeça e o coração de minha cunhada e xará.

E num piscar de olhos... 

E num piscar de olhos, a vida se foi.

O rio continua formando praias, fazendo correntezas, levando as águas ao encontro de outros rios.

A vida é uma sucessão de encontros e desencontros. As águas não. As águas são encontros. Correm como o ar, formam rios aqui embaixo e, lá em cima, nuvens.

Vejo uma nuvem passando, toda azul. Parece pintada com algodão. Humberto deve ter feito uma mágica raspando pontas de lápis cor de anil. O desenho mágico da criança crescida subiu, foi lá pra cima. A criança crescida correu atrás. A criança crescida queria brincar com anjos, entre nuvens coloridas. Nuvens pintadas com raspas da ponta de um lápis azul.

Bom dia, mano querido.


Bom dia mano querido
Eu com cinco meses entre meus irmãos; um de
4 anos e o outro de 3 anos. Eu toda agasalhada.
Fazia frio? Não sei, mas a cidade onde nasci
era muito fria no mês de maio. Minha mãe contava que
colocou um travesseiro atrás de mim para
que eu ficasse "sentada". Saiu de perto um
 segundo para que a foto fosse feita.


------------


Acompanhe este blog e nossas redes sociais.


Instagram: @luisanogueiraautora

Para acessar minha página no Instagram, aponte a câmera de seu celular para a tag de nome abaixo:



















Facebook: Luísa Nogueira 


Pinterest: Luísa Nogueira 


#naturezaemfotosluisan 


-----------


Este blog foi criado com vias direcionadas ao meio ambiente (natureza, sustentabilidade, vida) e desde sua criação, em 2008, citamos e falamos sobre livros. Confira e navegue entre os posts das principais vias:



--------

 

Confira também a página Livros de Luísa Nogueira

——-


domingo, outubro 08, 2017

Com o celular na mão



Série Ipês de Brasília

Com o celular na mão

Cor nunca falta em Brasília.
E talvez por isso eu tenha essa mania de sair por aí, andando com o celular sempre à mão. Não para responder mensagens, nem para me distrair — mas para estar pronta. Porque, por aqui, a natureza adora surpreender.

Às vezes é um céu que explode em laranja no fim da tarde. Outras vezes é um ipê — ou muitos — abrindo flores de forma quase teatral. 




Naquela manhã, saí sem pressa. O dia ainda fresco, o céu muito azul. No caminho, no início da tesourinha da 102 Sul, perto do Hospital de Base, lá estava ele: um ipê amarelo. Grande. Exuberante. Entre tantos outros da mesma região, era ele quem se destacava.


Parei. Fotografei.
A florada ainda estava no auge, e o sol fazia com que tudo brilhasse um pouco mais. As pétalas, quase translúcidas, pareciam flutuar.

E foi ali que percebi o quanto esse hábito — caminhar com o celular como uma extensão do olhar — me aproximava das pequenas maravilhas do cotidiano.
Sim, eu poderia apenas ter passado. Mas não passei. Parei, registrei, admirei. E, com isso, guardei também o instante.

Talvez a beleza precise disso: de olhos atentos e um coração disposto a registrar não só a imagem, mas o sentimento.

No fim, acho que meu celular virou também uma espécie de diário visual.
Não de selfies, mas de ipês.
De amanheceres.
De flores.
De instantes que passam, mas deixam raiz.






------------


Acompanhe este blog e nossas redes sociais.


Instagram: @luisanogueiraautora

Para acessar minha página no Instagram, aponte a câmera de seu celular para a tag de nome abaixo:



















Facebook: Luísa Nogueira 


Pinterest: Luísa Nogueira 


#naturezaemfotosluisan 


-----------


Este blog foi criado com vias direcionadas ao meio ambiente (natureza, sustentabilidade, vida) e desde sua criação citamos e falamos sobre livros. Confira e navegue entre os posts das principais vias:



--------

 

Confira também a página Livros de Luísa Nogueira


quinta-feira, outubro 05, 2017

O voo em queda das flores

 


Série Ipês de Brasília

O voo em queda das flores

Quem vê um ipê amarelo no auge da floração dificilmente imagina que o espetáculo é breve.
Mas ele sabe.
Talvez por isso floresça com tanta intensidade — como se cada pétala carregasse urgência.

A beleza vem em ondas. Primeiro no alto, entre galhos e céu. Depois, no chão.
Porque as flores, quando caem, não desabam: voam.

É um voo curto, é verdade.
Mas há uma elegância silenciosa nesse cair.
Uma dança lenta com o vento seco do cerrado, como se o tempo tivesse desacelerado para que a gente pudesse assistir.

Na última semana, vi uma dessas cenas.
O ipê que eu vinha acompanhando desde julho já havia perdido dois terços das flores.
O chão, em compensação, era puro ouro. Um tapete espesso, macio, feito de amarelo e memória.

Ali, entendi o que me fascina nos ipês: não é só o florir. É o despedir-se com dignidade.
Eles não imploram permanência.
Não resistem.
Apenas florescem — e, quando chega a hora, deixam que a beleza se desfaça no tempo.

As flores vão caindo uma a uma, e a cidade, mesmo com sua pressa habitual, se detém. As pessoas param para fotografar. Algumas passam devagar. Outras, em silêncio, apenas sentem.

No chão, as pétalas acumuladas não são sobras.
São lembranças.
E cobrem as calçadas como se dissessem: “A beleza passou por aqui.”



------------


Acompanhe este blog e nossas redes sociais.


Instagram: @luisanogueiraautora

Para acessar minha página no Instagram, aponte a câmera de seu celular para a tag de nome abaixo:



















Facebook: Luísa Nogueira 


Pinterest: Luísa Nogueira 


#naturezaemfotosluisan 


-----------


Este blog foi criado com vias direcionadas ao meio ambiente (natureza, sustentabilidade, vida) e desde sua criação citamos e falamos sobre livros. Confira e navegue entre os posts das principais vias:



--------

 

Confira também a página Livros de Luísa Nogueira


quinta-feira, setembro 21, 2017

Segui o colibri


Segui o colibri

Foi um instante.
Mas esses instantes, tão pequenos quanto um bater de asas, são os que ficam.

Vi um colibri.
Não foi a primeira vez, mas naquela manhã ele apareceu como sinal. Pequeno, veloz, curioso — desses seres que parecem saídos de um sonho antigo.
Voava de flor em flor com precisão e graça.
Um toque aqui, outro ali. Não sugava a flor. Beijava.

E foi nesse gesto sutil que algo me tocou.

Pensei no néctar.
Pensei no amor.
E entendi, de repente, a frase que eu havia escrito dias antes:
"O néctar se conecta com o amor do beija-flor."

Sim. Porque ele não voa atrás de qualquer flor.
Ele escolhe.
Tem preferência, tem fidelidade.
E quando encontra o que deseja, mergulha — leve, inteiro, vibrante.

Segui o colibri com os olhos.
Depois com o pensamento.
Depois com o coração.

E percebi: talvez a vida seja isso. Encontrar o néctar certo.
Não aquele que nos oferece mais, mas o que nos alimenta melhor.
O que faz vibrar as asas.
O que nos chama a voltar.

Desde então, carrego essa imagem como guia.
Busco o que floresce em mim.
O que me nutre.
O que me faz leve.

E se, por acaso, a vida me parecer seca demais, lembro do colibri —
E voo em busca de flores.   

——-

Fiz essa foto em 2017, postada no Instagram naquele mesmo ano, em 03 de setembro.  

------------


Acompanhe este blog e nossas redes sociais.


Instagram: @luisanogueiraautora

Para acessar minha página no Instagram, aponte a câmera de seu celular para a tag de nome abaixo:



















Facebook: Luísa Nogueira 


Pinterest: Luísa Nogueira 


#naturezaemfotosluisan 


-----------


Este blog foi criado com vias direcionadas ao meio ambiente (natureza, sustentabilidade, vida) e desde sua criação citamos e falamos sobre livros. Confira e navegue entre os posts das principais vias:



--------

 

Confira também a página Livros de Luísa Nogueira