terça-feira, dezembro 23, 2008

Via Verde: Mensagem de Natal com Mussaenda-vermelha

Mussaenda-vermelha





Eu, Mussaenda-vermelha, quero me apresentar:
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Sou da família das rubiáceas. Meu nome científico é Mussaenda erythrophylla, mas podem me chamar de Mussaenda-vermelha ou mussaenda-vemelha-trepadeira. De onde venho? Do Zaire, na África, mas já sou bem adaptada aqui no Brasil. Sou um arbusto escandente; posso atingir até 10 metros. Floresço na primavera e no verão; logo, estou no momento toda florida, ajudando a colorir o natal.


Como vêem, bem no meio de minhas pétalas-folhas vermelhas, trago, como corola, uma pequena flor branca aveludada. Minhas folhas são verdes, indo do verde bem claro, quando novas, ao verde médio.

Fui colocada aqui, neste web espaço, para representar o Natal. Através de minhas cores, o branco, o vermelho e o verde, represento a Paz e a Alegria do Natal, trazendo a Esperança de dias melhores.
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O Natal simboliza o nascimento de Cristo. Ou melhor, o nascer e o renascer, em nossos corações, daquele que é a essência do Amor, daquele que disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida"*

Que esse Amor, essa Verdade e essa Vida inundem seu coração, amigo/amiga, transbordando Paz, Alegria e Esperança aos seus!
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Feliz Natal!



......----Feliz Natal!

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------ Feliz Natal!
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Até janeiro, se Deus quiser!
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*Jo 14.6
(João, a meu ver, é um dos mais belos livros do Novo Testamento.)


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Que o Ano Novo seja o ano do Amor, da Saúde e da Paz


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segunda-feira, dezembro 22, 2008

Via Versos: Quero Ser


Quero ser um céu sem nuvens
Para o mundo nele voar
E nos sonhos idealizados morar

Quero ser um mar azul
Para nele o mundo navegar
E no encontrar viajar

Quero ser um hino de vitória
Para ele o mundo cantar
E a Paz comemorar

Quero ser o querer e o poder
Para no mundo o afeto espalhar
E no amor brotar e dominar


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Quero ser é uma reedição. Escrevi durante as Olimpíadas de Pequim e foi postado neste blog em agosto último. Acho que sua mensagem é também apropriada para este mês de confraternizações.

Gosta de poesia? Veja mais poemas de nossa autoria clicando abaixo no marcador Via Versos.

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quarta-feira, dezembro 17, 2008

Via Brasil: A Flor-do-natal de Floripa

A Flor-do-natal de Floripa



Nota: Escrevemos este artigo-alerta depois das inundações de 2008 em Santa Catarina. Dezenas de cidades em todo o estado foram atingidas, inclusive, em grandes proporções, sua capital, Florianópolis.

Cattleya guttata ou Flor-do-natal¹

Florianópolis - Um pouco de geografia e de história

Imaginem uma cidade situada em uma baía, dentro de uma ilha. Edificada como num anfiteatro a 4 metros acima do nível do mar. Com morros e encostas cobertos por uma vegetação única, predominando flores raras como as orquídeas. Entre estas orquídeas, uma especial, que floresce em dezembro, por isto conhecida como Flor-do-natal. A aromática Cattleya gutata Lindley.

Não, não estamos falando de cidades de filmes românticos. Estamos falando da bela e real Florianópolis. Ou Floripa para os florianopolitanos. Cheia de orquídeas e outras lindas flores e plantas naturais de encostas.

A baía e a ilha têm o mesmo nome de seu estado: Santa Catarina. É ligada ao continente através da Ponte Hercílio Luz. Floripa é dividida em duas partes: a cidade antiga e a cidade nova. Esta é chamada de Praia de Fora.

Foi fundada em 1650, passando para vila em 1726. Em 1823 elevada a cidade.

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Descrevi uma Floripa que existia há algumas décadas. A Cattleya gutata Lindley, que era uma das orquídeas mais comuns, chamada de Flor-do-natal, era encontrada desde o estado da Bahia até Santa Catarina, atualmente sendo encontrada só em alguns poucos estados.

Hoje nossa Florianópolis é assim descrita:

"A situação litorânea e insular do município de Florianópolis propicia uma linha de costa formada por praias de águas calmas, baías, praias de mar aberto, costões, promontórios, mangues, lagunas, restingas e dunas. A ocupação urbana alterou quase que completamente sua pequena parte continental e tem causado impactos ao ambiente natural insular. Contudo, suas encostas íngremes ainda guardam características da Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica) e da fauna por ela abrigada, e, nas pequenas ilhas vizinhas pertencentes ao município, ainda são mantidas condições de grande expressão ecológica.
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"Aspectos Culturais

Os primeiros habitantes da região de Florianópolis foram os índios tupis-guaranis. Praticavam a agricultura, mas tinham na pesca e coleta de moluscos as atividades básicas para sua subsistência.
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"A cidade, ao entrar no século XX, passou por profundas transformações, sendo que a construção civil foi um dos seus principais suportes econômicos. A implantação das redes básicas de energia elétrica e do sistema de fornecimento de água e captação de esgotos somaram-se à construção da Ponte Governador Hercílio Luz, como marcos do processo de desenvolvimento urbano.
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Hoje, a área do município, compreendendo a parte continental e a ilha, encampa 436,5 km 2 , com uma população de 369.781 habitantes em 2003 (segundo estimativa do IBGE). Fazem parte do Município de Florianópolis os seguintes distritos: Sede, Barra da Lagoa, Cachoeira do Bom Jesus, Campeche, Canasvieiras, Ingleses do Rio Vermelho, Lagoa da Conceição, Pântano do Sul, Ratones, Ribeirão da Ilha, Santo Antônio de Lisboa e São João do Rio Vermelho."²

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A devastação de matas nativas não aconteceu só em Florianópolis. Aconteceu e continua acontecendo em ritmo cada vez mais acelerado por todo o Brasil e por todo o mundo. Principalmente nas grandes cidades.
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A natureza cobra. É necessário que sejam tomadas medidas urgentes urgentíssimas para desacelerar a tomada de encostas, morros e florestas. É complexo? Sim, mas não mais que se tirar petróleo do pré-sal.
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A Flor-do-natal de Floripa³
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A Flor-do-natal está em ti, Floripa Flor
É nativa de tuas terras
É forte e brava, não teme chuvas nem tempestades
Teme apenas a mão daquele que a destrói
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Destrói essa mão, Floripa Flora,
Recompondo teus rios e tuas matas, bela Flor Floripa
E verás que a Flor-do-natal renascerá em ti
Cobrindo teus túmulos, teu sangue e tua dor
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Porque a Flor-do-natal renasce no Natal
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Renasce preservando teu solo, tua fauna e flora, doce Floripa Flora
Poliniza tuas árvores, fecunda tuas flores
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Porque a Flor-do-natal simplesmente renasce no Natal
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Floripa Flora
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Pólen Floripa
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Florianópolis

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¹ Foto de João de Paiva Neto - Divinópolis-MG - In:
² Dados do site da Prefeitura Municipal de Florianópolis
(Os grifos da citação foram feitos por nós):
³A Flor-do-natal de Floripa é um poema que escrevi, sensibilizada com as proporções do desastre ecológico que aconteceu em 2008, atingindo grande parte da cidade de Florianópolis.
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terça-feira, dezembro 16, 2008

Via Natal: Programação Verde de Natal


Amigo/amiga

Deixo aqui nossa Programação Verde de Natal. Ela foi feita especialmente para você:

1- "Figos", postado ontem, não poderia faltar no natal, não é mesmo? Afinal é uma fruta do mês de dezembro.
..........2- Para amanhã, quarta, dia 16, uma mensagem para Florianópolis através do post "A Flor-do-natal de Floripa"
........3- Na semana do natal teremos dois posts: dia 22, segunda, o poema "Quero Ser", que escrevi durante as Olimpíadas, e.........
4- Dia 23, terça-feira, nossa Mensagem de Natal, tendo como porta-voz uma bela da família Rubiáceas.
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.......Um abraço!
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segunda-feira, dezembro 15, 2008

Via Verde: Figos


Figos











Todos nós podemos ter plantas em casa. Mesmo morando em apartamento, podemos cultivá-las em uma jardineira ou em vasos. Basta apenas querer. As plantinhas estão por aí, implorando para que cuidemos delas.

A figueira da foto acompanha nossas festas de natal há alguns anos. Às vezes são poucos os figos que ela nos traz, mas não faltam, sempre estão lá, no mês de dezembro.

Este ano ela caprichou: se encheu de frutos verdes e maduros. Obrigada, figueira! Obrigada árvores, pela alegria de seu verde, de sua sombra e de seus frutos.




Um ótimo dia!
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*Meio Ambiente - Dicas: Nunca use agrotóxicos. Seus componentes químicos, tóxicos, contaminam o ar que respiramos; ficam também nas folhas, raízes, frutas e grãos que comemos. Fique esperto. Ajude a natureza a se recompor.

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segunda-feira, dezembro 08, 2008

Via Verde: Jasmim-manga

Jasmim-manga












Jasmim-manga ou árvore-pagode. Seu nome científico é Plumeria rubra ou Plumeria rubra acutifolia. Família das apocináceas. Florescem no outono e verão. Encontramos o jasmim-manga com flores brancas, amarelas, rosas, vermelhas e com cores mescladas.

O nome jasmim é porque seu agradável aroma lembra o perfume dos jasmins. Aliás, é a noite que elas ficam ainda mais perfumadas. Como podemos ver através dessas cinco fotos, suas folhas lembram as folhas das mangueiras, daí o nome manga. E pagode? Realmente não sei. Vou pesquisar mais para ver se há alguma explicação. O que encontrei é que é um arbusto originário da América do Norte, México.


As coloridas flores das árvores das fotos estão enfeitando calçadas nos arredores de onde moro.

Veja mais fotos, neste blog. em: Jasmim-manga amarelo

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quarta-feira, dezembro 03, 2008

Via Versos: Celebrando











Canto para o céu
Canto para o sol
Canto para o vento
Canto para a vida
Que renasce em ti
Árvore que me abriga
Que me acolhe e me alimenta

Celebrando o céu
Celebrando o sol
Celebrando o vento
Celebro a vida
Que renasce em ti
Árvore amiga


segunda-feira, dezembro 01, 2008

Via Verde: Pitangas

Pitangas




Há um mês e meio, dia 6 de outubro, postamos no Via Verde fotos de uma pitangueira florida com o título "Uma Pitangueira Explodindo em Flores". Retornamos hoje com a mesma pitangueira já com seus vermelhos e deliciosos frutos. Veja as fotos e corra atrás de algumas para se deliciar, enquanto... é tempo de pitanga!






No dia 6 de outubro elas estavam assim:









Estas três últimas fotos, da pitangueira florida, vieram acompanhadas do seguinte comentário:

Simplesmente não resisti ao ver meu pé de pitanga todo florido e... sonoro. Suas flores brancas estavam cobertas de um vai-e-vem de abelhas; não sabiam onde pousar; pareciam querer provar o néctar de cada flor. O zum-zum que faziam era irresistível, chamativo! Tive que pegar minha pequena câmera para tirar algumas fotos.
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Alguma colmeia aqui por perto vai ter um delicioso mel com gostinho de pitanga.

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terça-feira, novembro 25, 2008

Via Vida: Passeio na Chuva

Passeio na Chuva






Sábado. Uma pequena cidade.

Choveu muito durante toda a noite, a chuva parando só lá pela metade da manhã. Apesar da chuva no ar, o tempo estava ótimo, um leve frio nos refrescava. Na verdade era mais um frescor da chuva do que frio. Dava até para ficar sem agasalho.

Com aquele tempo bom, sem o calor que sempre fazia por lá, fiquei com uma vontade grande de andar pela cidade. Chamei meus companheiros de viagem - familiares e amigos - mas todos estavam ocupados. Queriam aproveitar o passeio jogando cartas ou jogando conversa fora. Disse que ia dar uma volta. "Leve uma sombrinha", alguém me falou, "pode voltar a chover". "É, você pensa que não está mais chovendo? Está chuviscando, bem fininho", retrucou outro. Não desanimei. Peguei uma sombrinha, dessas que se dobra - made in china? - e saí...

----------------------------------Meu Passeio

Como a cidade está calma, pensei. Que paz! Fui andando e ouvi alguns pássaros protestando, ao perceberem minha presença, voando e trocando de galhos. Olhei para eles, discretamente, para não assustá-los ainda mais. Deve ter algum ninho com filhotes, refleti.

Continuei meu passeio. Mais uns cem metros e um gatinho malhado de banco e preto passa correndo, atravessa meu caminho e desaparece entre o mato de um lote vazio.

Ouvi alguém cantando baixinho, acompanhado por seu violão. Ensaiando? - perguntei a mim mesma.

Mais um gatinho, dessa vez todo preto. Atrás dele corria um branco de manchas cinzentas. Eram filhotes brincando. Pulavam um sobre o outro, dando mordidinhas. Mordidas de carinho, como tapinhas que irmãos se dão em brincadeiras...

Continuei. Notei que uma leve garoa caía. Quase imperceptível.

As casas simples mas bem cuidadas tinham jardins com flores, dessas florzinhas fáceis de pegar, como a vinca, também chamada de maria-sem-vergonha. Pobre flor-mulher, pobres Marias. Não podem aparecer que logo são 'recolocadas' em situações subalternas quando não constrangedoras. Sempre, mas sempre mesmo, quando vejo essa flor, eu me recordo de uma outra pequena cidade
onde passei parte de minha infância. Por todos os lugares onde se ia havia alguma maria-sem-vergonha. Sempre colorida e linda.

Continuando meu passeio cheio de recordações, uma casa mais na frente me chamou a atenção. Era um sobrado, pomposo e moderno. Ouvi vozes vindas de lá. Quando passava bem em sua frente, percebi que um casal discutia. A voz feminina parecia tímida, quase choramingando. A masculina era alta, mas dava para perceber que a pessoa devia estar embriagada ou de ressaca das baladas da sexta-feira. Andei mais rápido por alguns segundos. Queria continuar em meu mundinho de paz que o passeio criara...

Mais um gatinho. Depois da praça avistei algumas pessoas que tiveram a mesma ideia e coragem que tive: caminhar, sem medo de se molhar.

Agora foi a vez de um pequeno, quase minúsculo cachorrinho. Correu em minha direção, como para me fazer medo. Vendo que eu não reagia, se afastou, entrando no jardim de onde havia saído.

De uma casa humilde, a mais simples que vi nesse meu passeio, ouvi vozes. Cantavam, riam, pareciam bem alegres, contentes.

Foi inevitável esse pensamento: De uma casa, aparentemente habitada por pessoas bem sucedidas, financeiramente falando, vem brigas, discussões, infelicidade. De uma outra, que mostra ser de pessoas simples, sem muitos bens materiais, saem cantos, risos, alegria... Realmente, a felicidade está dentro de cada pessoa. Não mora em casas, sejam elas modestas ou suntuosas. Mora dentro de quem as habita, fazendo de cada casa um palácio ou um casebre, independente de ser rica ou pobre.

Sim, é aí que mora a felicidade, aí, bem dentro de cada um de nós. Aí, bem dentro de você. Simples assim... É só saber encontrá-la. Problemas? Todos nós temos. Seja de ordem financeira, de saúde, com filhos... Não podemos correr deles, mas podemos deixá-los de lado, por alguns momentos, vivenciando pedacinhos de nosso dia a dia com força, coragem e alegria. Seguindo e vivendo a vida, sem deixá-la passar adiante de nós. Podemos vez ou outra sair na chuva e caminhar, deixando o tempo bom penetrar em nossa alma e nos fazendo mais felizes. Podemos nos alegrar com o canto de um pássaro, com a alegre brincadeira de um animalzinho ou com a beleza de uma flor. Podemos, sim, ter momentos de felicidade, mesmo nadando em problemas.

Apressei meus passos. Já dava para sentir o chuvisco fininho da chuva que voltava.



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Escrevi "Passeio na Chuva" sábado passado, depois de 'meu passeio na chuva'. Realidade e ficção. Crônica? Ou um miniconto? 

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segunda-feira, novembro 24, 2008

Via Verde: Que Flor é Esta?


Que Flor é Esta?








Em novembro, aqui em Brasília, há chuvas fortes, às vezes até de granizo. Estas flores, depois de uma tempestade, ficaram assim, perfuradas.
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Que flor é esta? Procurando identificá-la, encontrei uma flor chamada falso-íris ou lírio-das-pedras que tem a mesma tonalidade, as mesmas três pétalas grandes e as três pétalas pequenas. O mesmo acontece com a íris-da-praia, em relação às pétalas. Mas, obtêm-se as mudas de ambas por divisão de touceiras. Estas das fotos propaga-se por mudas nascidas no ramo das flores, depois que estas caem. Vi fotos de uma outra flor também parecida com ela, com o mesmo sistema de propagação, chamada tigrídia ou flor-de-tigre ou flor-de-um-dia. As 'minhas' também só duram um dia e têm no centro manchas que lembram a pele de um tigre. Mas, as que vi são vermelhas e como podemos ver, minhas flores são lilases. Será que há tigrídias de diferentes cores? Alguém pode me ajudar?

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segunda-feira, novembro 17, 2008

Via Natureza: Papagaio - Uma Visita ao Pé de Goiaba


Papagaio

Papagaio, lindo papagaio
Por que me olhas assim?
Bica a goiaba, bica, bica
Grita a papaguear, grita, grita

Papagaio, 'lôro' papagaio
Por que me olhas assim?
Na terra, desajeitado andas
Nos galhos, forte agarras

Papagaio, verde papagaio
Por que me olhas assim?
Não voes, tic, bica, tic, bica, bica
A algazarrear, grita, bica, grita, bica

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Notas:
1- O papagaio só tem quatro dedos em cada pé. Dois ficam para a frente e dois para trás. Seu pé serve também como mão para segurar o alimento. Consegue imitar a voz humana porque sua língua é grossa, carnuda e móvel. Os papagaios podem viver mais de cem anos. Alimentam-se, quase sempre, de grãos e frutos.
2- Pero Vaz de Caminha, informando o rei de Portugal em suas cartas, chamava nossa terra de "Terra dos Papagaios". (Informação lida na Enciclopédia Brasileira Mérito, volume 14).

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quarta-feira, novembro 12, 2008

Via Versos: Drummond e o Sonho do Planeta Terra


Poema em quatro partes:


1- O Pesadelo do Belo Planeta


Corriam em mim
fontes e rios

Corriam em mim
águas que desciam em cachoeiras

Corriam em mim
águas que iam ao mar

As fontes e os rios secaram
Não há mais rios e cachoeiras
Não há mais águas que vão ao mar.


2- O Planeta e Drummond


"E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?"

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"Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?"*


3- A Morte do Planeta


José parado e mudo ficou

porque num alienado mundo morava

e de braços cruzados estava

No pó da poeira enterrado,

junto a Josés e Marias

jaz o antes Planeta Belo.


4- Acorda, José!


Acorda alienado, mudo e mau José

para que vivam teus filhos, se bons Josés

e vivam as ave-marias

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*Carlos Drummond de Andrade (1912 - 19 87).

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Nota: Escrevi Drummond e o Sonho do Planeta Terra dia 31 de outubro passado, dia em que Carlos Drummond de Andrade completaria 106 anos. Fica, pois, aqui registrado, esta pequenina homenagem ao grande poeta mineiro.

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segunda-feira, novembro 10, 2008

Via Verde: Tempo de Caju

Tempo de Caju









Vou tentar não usar adjetivos; pelo menos não tantos, porque é quase impossível não usá-los diante da transformação de um cajueiro prestes a nos dar, gratuitamente, seus frutos tão... imaginem o que iria dizer. Eu disse 'transformação'? Engano, são muitas transformações. Vamos acompanhá-lo - o cajueiro e suas mudanças?

Primeiro, aparecem os botões...

...que se abrem em flores, no início brancas,

alguns dias depois em bouquets avermelhados, com as pontas pintadas de pequenos pontos cor vinho...

Mais alguns dias e já podemos ver as castanhas, ainda verdes, com hastes redondas ou, como as da foto, compridas...

... e os cajuzinhos verdes, rosas, amarelos ou vermelhos se multiplicam...


enchendo os olhos de todos que os veem...

...loucos para abocalhar pelos menos um...

Ou para bicá-los! E depois, com aquele doce gostinho descendo goela abaixo, descansar em seus galhos cheios do vigor de dias de sol e da poesia de noites de luar.


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Curiosidade: A verdadeira fruta do cajueiro é, na verdade, a castanha. A parte que chamamos 'caju' constitue um pseudofruto ou pendúculo floral.

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O caju vem do cajueiro ou 'pé de caju'. É uma fruta tipicamente brasileira, geralmente da região litorânea; é muito cultivado no Nordeste do Brasil, cuja colheita se faz de agosto a janeiro. Rico em vitamina C, pode ser consumido em sucos, doces, sorvetes, passas, licores ou ao natural. No livro Guia Completo de Nutrição, pode-se ler: "... ajuda a fortaleceer o sistema imunológico, retarda o envelhecimento, reduz o risco de doenças, como câncer e infarto, e ainda tem poder de fogo contra bactérias oportunistas. (...) Seus altos índices de vitamina C sempre lhe conferiram o título de aliado contra gripes e resfriados. Se fosse só isso já estaria muito bom. Ocorre que o cajú afasta outros males, pois tem efeito protetor sobre as células do sistema imunológico. Isso porque o selênio e os compostos fenólicos da fruta são capazes de capturar os famigerados radicais livres, que prejudicam as ações de defesa do organismo"*

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*Guia Completo de Nutrição - Saúde é Vital, Editora Abril, São Paulo, 2005, p. 122.

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