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domingo, fevereiro 27, 2011

Via Vida: Durma, Pedacinho de Mim

Três gerações: avó, filho e netinho Edu. 
Minha irmã Betty, seu filho e seu primeiro netinho. Ela está muito feliz. Na foto, parece dizer: -"Durma, pedacinho de mim!" Todos estão babaaaandoooooo. Foto feita ontem em Goiânia.

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#naturezaemfotosluisan 


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Este blog foi criado com vias direcionadas ao meio ambiente (natureza, sustentabilidade, vida) e desde sua criação citamos e falamos sobre livros. Confira e navegue entre os posts das principais vias:



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Confira também a página Livros de Luísa Nogueira


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terça-feira, novembro 02, 2010

Via Vida: Agapanto-azul


Finados com o azul do agapanto. Vida no infinito azulado, vida além-vida, vida Vida

As pedras da vida se transformam em flores; flores sublimes, que olham  para o alto, porque no alto estão...  

Agapantos azuis enfeitando jardins... Saudades... 

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quarta-feira, setembro 01, 2010

Via Vida: Helena Bernardes e o Rio Piracanjuba

Uma nascente sendo destruída - Foto do blog 'SOS Nascentes do Rio Piracanjuba' 
Helena Bernardes, protetora das nacentes do Rio Piracanjuba - Fotos do blog 'SOS Nascentes do Rio Piracanjuba'



Milhares e milhares de nascentes de nossos rios pedem socorro. Algumas têm sorte e encontram verdadeiras fadas-madrinhas para protegê-las. É o caso das nascentes do Rio Piracanjuba. Helena Bernardes arregaçou as mangas e está lutando por elas através de ações de conscientização ambiental junto à população ribeirinha. As nascentes ficam no município de Silvânia, Goiás, no Setor Daiana, já nas proximidades do Distrito Agroindustrial de Anápolis, conforme ela nos relata em seu blog. É um exemplo de coragem e dedicação. Seu trabalho pode ser acompanhado através do blog SOS Nascentes do Rio Piracanjuba. Que venham outras Helenas Bernardes! Nossos rios precisam delas!

E você, como está cuidando de cada gotinha de vida que chega até sua casa?

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Próximos posts: Dia 06, segunda-feira: É tempo de Jabuticaba; Dia 08, quarta-feira: Fazendo Charme; Dia 10, sexta-feira: Mousse de Jabuticaba. Até lá!

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domingo, maio 09, 2010

Via Vida: Para Minha Mãe, a História de Uma Gotinha

História de uma Gotinha*

"Mar imenso... Quietude perene... Movimento eterno...
Permite que eu suba do teu seio e aos ares me erga - levíssima!...
Raio solar, vem cá!, ajuda-me a subir. Empresta-me esse fiozinho dourado...
Oh maravilha! Vou subindo, subindo - feito esbranquiçado vapor...
Alto, sempre mais alto - por cima das grimpas da selva, por cima dos cumes dos montes...
Ah! Quão grande é o mundo! Quão azul é o espaço!...
Que é isso? Um sopro de ar que me empolga...
Um vento me arrebata...
Lá vou eu, minúscula gotinha, sobre as asas das brisas, associar-me a muitas irmãs...
Formamos um Estado, uma República de gotas - uma nuvem...
Perdemos de vista o mar e a praia e os rochedos - e tudo...
Corremos por cima de selvas imensas, de montes altíssimos. Semanas a fio -  de dia e de noite...
Até que, por fim, à falta de auras, paramos por cima de vastas planícies...
De súbito nos rompe do seio centelha vivíssima - e surdo trovão desperta ecos soturnos no recôncavo da serra...
Tamanho foi o abalo do feroz estampido que tombei das alturas - e milhares de irmãs comigo tombaram...
Alagamos florestas, pomares, jardins - saciando  a sede de seres sem conta.
E fomos correndo, correndo, sem nunca parar - sem saber para onde...
Sempre de cima para baixo - nunca de baixo para cima - porque perdemos as asas...
As asas invisíveis que o sol nos tecera...
De todos os lados nos vêm contingentes, pequenos e grandes, sócios de viagem...
Eis que de súbito se abre ante nós planície imensa - o mar!
Lancei-me em seus braços - afundei-me em seu seio...
Contei-lhe as mil aventuras que na longa jornada tivera...
E preparei-me para nova viagem...
Oh! vida ditosa! Andar pelo mundo espargindo benefícios - Regressar à origem colhendo energias - e novos benefícios difundir!...

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Tal é teu destino, minh'alma, no mundo dos homens - gotinha minúscula...
Tépidos bafejos de raios divinos te ergem do seio das vagas... Em asas etéreas...
Auras benignas te tangem pelo mundo das almas...
Vínculos de amor te unem a outras gotinhas.
Um raio, um trovão, um grande abalo - e desces, gotinha cristalina, sobre as almas humanas...
E retornas ao seio do mar - buscar novas forças para novo trabalho...
Asas etéreas - para nova viagem...
Gotinha de Deus..."

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*ROHDEN, Huberto. De Alma para Alma, Editora Martin Claret, São Paulo, 2001, 20ª edição, pp. 189-191.

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quarta-feira, março 10, 2010

Via Vida: Olhando e Vendo o Simples - Do Amanhecer ao Anoitecer da Vida

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Saber ver e enxergar o simples à nossa volta é um ato de amor à natureza. Olhe o quanto de belo existe bem pertinho de você! Sabe por quê? Porque você faz parte dessa beleza, você é o centro do que existe de mais perfeito em nosso planeta! No álbum "Olhando e Vendo o Simples" há algumas fotos dos posts deste blog. Ele começa nos mostrando o sol entrando em nossas vidas - um amanhecer! Estão também presentes as plantas e os pequenos seres que fazem parte do universo em que vivemos; são elos da vida! Do amanhecer ao anoitecer... de um dia... e de nossa existência. DE NOSSA PERMANÊNCIA AQUI... Hoje crianças, amanhã idosos, hoje brincando entre plantas, amanhã entre nuvens... Pare um pouco, abra as janelas, respire. Não é preciso ir longe. Apenas olhar ao redor, vendo e enxergando além de você. Veja o quão perfeito e simples é a Vida que o Criador nos presenteou. PRESERVE-A, PARA QUE ELA CONTINUE. Veja, ame e viva, CONSERVANDO.

Pense e responda:
  1. Caminhamos e passamos... Como são nossos passos? Leves, semeando o que colhemos? Ou pesados, destruindo o que nos foi útil e agradável?
  2. Em nosso passar deixamos as fontes límpidas ou as transformamos em lamaçais?
  3. Consumir, consumir e consumir... Ou reciclar, reutilizar e reaproveitar?
  4. Voltar às nossas raízes? Não dá mais!!! Como salvar o que ainda nos resta?

Para visualizar o álbum, vá até a ViaGaleria, na parte fixa desta página, ou clique em: 
   

Ele foi feito para você, amigo/amiga. Se quiser, pode levá-lo.
Uma ótima quarta-feira.

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quinta-feira, outubro 29, 2009

Via Vida: Sugismundos - 2

O texto abaixo foi gerado de um susto. Escrevi depois de um 'quase acidente' numa estrada movimentada. Foi entre Anápolis e Goiânia, mas poderia ter sido em qualquer rodovia brasileira. Infelizmente, há Segismundos por toda parte.

Já visitei países de quatro continentes, morando em dois deles: Ásia e Europa. Infelizmente (outro infelizmente), quando se fala em limpeza de ruas e rodovias, nosso país deixa muito a desejar, se compararmos a alguns países europeus... Em Brasília, no tempo do então Governador e hoje Senador Cristovam Buarque, foi aprovada uma lei multando quem jogasse qualquer tipo de papel nas ruas. Ou outra sujeira. Ficou só no papel, como quase todas nossas leis. Talvez o papel da lei também tenha sido jogado nas ruas!

Seria tão bom se trocassem as campanhas de cerveja por campanhas educativas!

Eis o texto que escrevi em 30 de setembro de 2008, na Via Vida 23:

"Fico indignada toda vez que vejo motoristas ou passageiros jogando alguma coisa nas ruas ou nas estradas. Jogam de tudo, desde papel de balas e bombons até copos e garrafas pet. As latinhas de cerveja diminuíram, mas ainda acontece. Guardanapos, saquinhos de sanduíches, embalagens de salgadinhos, cascas de frutas, tudo é jogado pra fora da janela... Por que guardá-los dentro do carro? É tão mais fácil jogar e se livrar da sujeirinha! "Oh! Meu! Se liga!", como diria o Faustão.

Pense, "cara" e guarde o "carão": jogando seja lá o que for fora do carro, do ônibus ou do caminhão, você vai pagar por isso mais cedo ou mais tarde. Ou já se esqueceu daquele bueiro entupido de lixo que alagou sua rua ou aquela outra rua por onde você queria passar?

Isso acontece, infelizmente, em todas as grandes cidades do Brasil. O Rio que o diga!

Outro dia uma dessas pessoas "educadas" - não sei onde e como - quase quebra nosso carro ao tentar se desfazer do "utensílio" em que tomava sua água: um enorme coco! E numa estrada movimentada! Dá para imaginar o que poderia ter acontecido?

E fico aqui pensando: Como educar as pessoas no trânsito? Você tem alguma idéia? Conte pra nós."

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O debate sobre as bromélias continua. Nosso encontro é na Via Verde. Precisamos de sua participação.

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sexta-feira, setembro 11, 2009

Via Vida: Educar É Preciso - 2

Como tínhamos dito para alguns amigos, estamos reeditando o post Educar É Preciso, publicado dia 26 de julho de 2008, na Via Vida 19.

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"Conversando com pessoas de diferentes camadas sociais, percebemos a falta que faz uma educação de qualidade. Percebemos também como as escolas estão ainda tão deficitárias. Como nosso sistema educacional precisa de pessoas engajadas em educação básica, que pensem em como melhorar os programas educacionais, aperfeiçoando alguns e acrescentando outros.

Precisamos de escolas que engajem a família como um todo, educando não só crianças, mas todos os adultos da família: mães, pais, tios, enfim, todos que, de um certo modo convivem com os pequenos.

Quantos pais, com palavras negativas, não sufocam sonhos? Ou interrompem o desenvolvimento social, familiar e, muitas vezes, o ideal de uma criança? Quantos não desestimulam um garoto ou garota que tem tudo para ser um grande profissional, uma grande pessoa! Pessoa no sentido amplo da palavra, como criatura humana e humanitária.

Quantos pais não podam, ainda na raiz, sonhos realizáveis, com palavras indevidas e negativistas. Culpa deles? Como, se aprenderam assim? Como são culpados, se também foram marginalizados e cresceram no vai e vem da vida?

Precisamos de Escolas com E maiúsculo. Uma Escola. Não um criadouro, uma gaiola, um faz-não-faz.

Precisamos de Escolas. Escolas com uma infra-estrutura que apoie a família e a comunidade onde está inserido o aluno, aquele que será o representante de nosso amanhã.


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terça-feira, agosto 11, 2009

Via Vida: Brigando com a Suína

Imprevistos de Viagens


- Toc, toc, toc...
- Quem é?
-Sou eu, a Suína...
- ??? Espere aí... (Meu Deus, me ajude a colocar mais ferrolhos nessa porta...)
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Não é brincadeira. A suína bateu em nossa porta. Pensava que estivesse segura, que ela estava bem longe, mas a 'porquinha' estava aqui, pertinho de nós, nos rondando... Ela ou seu fantasma, ainda não sabemos. Descobrimos assim:

Minha filha chegou de Goiânia, no sábado, por volta de 4 h da tarde. Saiu do carro chorando, dizendo que não estava bem. Ao abraçá-la, percebi que ardia em febre. O termômetro acusou 40 graus. Rápido improvisamos algumas compressas frias. Colocamos tecidos úmidos sob seus braços e em seu pescoço. Enquanto meu marido lavava seus pés com água ligeiramente morna, eu trocava os tecidos. Meia hora depois corremos para a emergência do hospital mais próximo de nossa casa. As compressas devem ter abaixado a febre porque ela conseguiu resistir mais ou menos 40 minutos na fila de espera. A emergência do Hospital Brasília, onde fomos, estava lotada. Parece que todo mundo resolveu passar mal ao mesmo tempo. Além dos especialistas que normalmente tem em um Pronto Socorro, havia três clínicos, ou seja, colocaram mais dois. Achei pouco para o número de pessoas que também aguardavam. Bem, ao chegar sua vez, na sala da enfermagem, a enfermeira nos disse que a febre devia ter realmente abaixado, mas já estava chegando novamente aos 40 graus: 39.7! O médico que a atendeu em seguida pediu os exames de praxe: hemograma, Raio X do tórax e um exame de urina. Ela ficou em repouso e observação enquanto tomava soro e um analgésico. Uma hora e meia depois, levei os resultados para o clínico. Tudo normal, se não fosse em época de gripe suína. Há alguns meses o clínico teria dito: "É apenas uma virose". Mas, com o 'fantasma' da suína correndo por aí, ele nos disse: "É um quadro infeccioso: febre e uma irritação da garganta. Pode ser o H1. Temos que fazer alguns exames específicos". Minha filha fez os tais exames, mas os resultados devem demorar mais de uma semana. Enquanto isso, "ela deve começar imediatamente o tratamento e ficar isolada. E o uso de máscara deve ser para todos de casa; e, se a febre retornar, ou houver qualquer sinal de piora ou falta de ar, vocês devem trazê-la imediatamente", completou o médico. Com os formulários em mãos e a receita do remédio, lá fomos nós a um hospital da rede pública pegar o remédio (Uma cartela com 10 comprimidos, para serem tomados de 12 em 12 horas). Ela começou a tomá-lo naquele mesmo instante. Chegamos em casa quase meia noite.
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E assim, estamos 'mascarados' e isolados. Em casa, resolvemos que as máscaras seriam usadas quando estivéssemos juntos. Em seu quarto, ela não precisaria colocá-la. Ela e meu marido estão seguindo isto à risca. Eu, mais ou menos. De vez em quando ela briga comigo: "Por favor, mamãe, e se for mesmo a gripe suína? Eu não quero que você pegue!" Até sua escrivaninha foi transformada em mesa de refeições. Meu sexto sentido de mãe me diz que não é a tal gripe. Foi o cansaço da viagem, o tempo muito seco e quente e outros fatores que devem ter provocado essa febre alta, penso. Meu esposo, mais racional, diz que realmente a hipótese da gripe não deve ser descartada. "A febre foi muito alta", diz. Em todo caso, foi uma febre repentina e passageira. No domingo pela manhã, depois de uma noite de sono, sua temperatura já estava quase normal: 37 ou 37.2. Continua ainda assim. Não foi nem preciso o Tylenol que havia sido prescrito em caso de febre ou alguma dor. Todos os cuidados estão sendo tomados.
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Recentemente não fizemos viagens distantes nem tivemos contatos com pessoas que chegaram de outros países. Saímos normalmente: lanchonetes e restaurantes, feiras tipo Feira da Lua ou Feira Mix, shoppings...
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Comecei com uma brincadeira, mas o assunto é sério. Será que não se pode mais sair de casa?
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terça-feira, abril 21, 2009

Via Amigos: Para os Amigos ex-GOs

Uma estrada sendo construída...

Uma crônica com ditados populares para levantar o humor*..



Amigo, esta crônica é só pra dizer aos interessados que "nem tudo que balança está no parque", assim como "nem tudo que reluz é ouro", porque "as aparências enganam", "o macaco também cai da árvore" e "não importa o tamanho da montanha, ela não pode tapar o sol".
..........."Havia alguma coisa errada que não estava certo". Por isso estamos no ar, mas "no avião, o medo é passageiro". "A vida é maravilhosa, sem ela estaríamos mortos". E, amigos, "cautela nunca é demais", pois "desgraça pouco é bobagem" e "é melhor prevenir do que remediar". Afinal, "gato escaldado tem medo de água fria", não é mesmo?
Pensando bem, "nada como um dia após o outro"; "não adianta chorar sobre o leite derramado". E, "não confie na sorte. O triunfo nasce da luta"; "não conte com o ovo na barriga da galinha", "é na necessidade que se conhece o amigo". "As adversidades são grandes oportunidades"; "cada um tem o seu dia! Ó adversidade, tu também terás o teu!" ...

Nunca se esqueça: "Mais vale ser cego dos olhos do que do coração". "Um coração alegre faz tanto bem quanto os remédios". "As dificuldades são como as montanhas. Elas só se aplainam quando avançamos sobre elas". "Se é para buscar abrigo, que seja sob uma árvore grande"....


Para terminar, guarde estas três coisas: 1- "A mais alta torre começa no solo"; 2- "Depois da tormenta sempre vem a bonança"; 3- "A união faz a força"! .

Uma semana com muitos amigos, porque "é fácil quebrar uma única flecha, mas é difícil quebrar um feixe de dez flechas".

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*Escrevi hoje, com todo o carinho, para cada um de vocês, amigos do ex-Go


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terça-feira, março 03, 2009

Via Vida: Viajando e Conhecendo

Viajando e Conhecendo


Casablanca, Marrocos - África do Norte: Minha primeira viagem internacional


Li um relato na Internet de um rapaz brasileiro que atravessava vários países em uma moto. Ele já havia percorrido uma parte do Irã. O Irã é um país diversificado, geograficamente falando. Há montanhas de neve, mar e deserto. Ele estava, segundo sua narrativa, "morrendo de calore com "uma sede terrível", pois vestia roupas desconfortáveis e sua água tinha acabado. Já quase sem forças, encontrou por acaso um posto policial onde foi socorrido. Deram-lhe água e informações. E ele ainda critica o “tom irônico” de um dos policiais ao lhe perguntar: “Você não sabe que está num deserto?”
Para as pessoas que querem dar a volta ao mundo de bicicleta, moto ou carro, por favor, façam um roteiro, pesquisem um pouco sobre os costumes e a cultura do local. E, não se esqueçam, não se conhece um povo em um dia ou em uma semana. Tudo bem, do ponto de vista turístico, do ver para ver, sem nenhuma pretensão de se adquirir maiores conhecimentos, apenas para se ver ‘o diferente’.

São viagens assim, sem a menor preparação, que se corre riscos, gasta-se tempo e dinheiro e não se leva ‘para casa’ nada além da aventura por si só. Sem um conhecimento prévio do local aonde se quer ir e, no caso do motoqueiro, do tempo ou da temperatura desse lugar, sem roupas adequadas e um bom estoque de água, a viagem fica cansativa e sem aquele recheio da aquisição de novos conhecimentos, vazio em se tratando da assimilação, mesmo supérflua, da cultura do local escolhido. São viagens apenas para ‘se rodar’; aventuras que, se bem programadas, podem ser prazerosas, divertidas e, claro, dar à pessoa muito mais conhecimento sobre os lugares por onde ela passa.

Em maio, na série sobre postais que estamos fazendo neste blog, falando sobre uma excursão que fizemos ao Marrocos, eu disse:

Foi o primeiro país muçulmano que conheci. Achei tudo diferente, mas, naquela época eu não tinha consciência da dimensão das diferenças culturais entre países de formações religiosas, raciais e históricas às mais diversas, como é o caso de Marrocos. Só percebia o que saltava aos olhos. As sutilezas só a convivência nos mostra. Há detalhes na cultura de um povo imperceptíveis aos mais jovens. É preciso certa maturidade. Maturidade que se adquire não apenas com o passar dos anos, mas através do saber que nos chega no vivenciar com outras pessoas, outros países, enfim, outros povos. Maturidade que não vem através somente dos livros lidos, porém no contato diário, na integração com as famílias, com o povo nas ruas, com os sabores e as cores do país.
É necessário que algum tempo se passe para que a absorção do que se vivencia comece a aflorar. Só assim as sutilezas das diferenças culturais começam a serem percebidas, vistas e compreendidas.*



Comecei a ter a percepção dessas diferenças escondidas no inconsciente das pessoas quando morei** por alguns anos em países tão diferentes do Brasil quanto os países da Ásia e, com outras diferenças culturais, da Europa.

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* ViaPostais 3: Marrocos Postado em maio de 2008.
** Quando fazia minha pós-graduação, morei por três anos na França. Logo depois morei no Irã, onde trabalhei por dois anos e meio no Instituto Francês de Teerã. Saí de lá durante a guerra civil iraniana, tendo sido a única brasileira a morar em Teerã no período da guerra.  
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terça-feira, fevereiro 17, 2009

Via Vida: Lydia, minha doce-álisso

Doce-álisso



Álisso, doce-álisso: um canteiro florido


Lydia, minha mãe, era nosso doce-álisso. O álisso é uma planta de pequeno porte. Ela nasce e de repente floresce. São cachos e cachos de miúdas e brancas flores que permanecem juntas até que a planta-mãe se vai... E então, toda aquele beleza de união, amor e companheirismo de uma vida também com ela se vai...



Lydia, minha doce-álisso, completaria 96 anos dia 12 deste.


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sábado, janeiro 03, 2009

Via Vida: Desfazendo nossas Árvores para o Início de mais Um Ano

Desfazendo Nossas Árvores



Início de dezembro. As festas de fim de ano se aproximam. Fazemos listas de compras, de presentes... Compras para a ceia de natal, para o réveillon... Presentes para a família, para os amigos, para os colegas de trabalho... e o amigo-secreto, não vamos nos esquecer, não é? Ahra... Meu vestido! Que brincos compro pra combinar com 'aquele' vestido lindo de morrer que já estou imaginando? E por aí vai...



Festas, sonhos, presentes, árvores de natal.

Árvore de Natal. Reunimos 'os de casa' e começamos: uma bola colorida aqui, outra ali, a estrela, o papai-noel, os presentes e os sonhos.

Sonhos. Qual foi meu sonho de natal? E o de fim de ano? O que fiz que não farei no ano novo? E o que pretendo mesmo fazer no novo ano?

Novo Ano. Ano Novo. Este ano "tudo vai ser diferente". Vou...

Vamos fazer juntos uma lista? O que vamos fazer ou não fazer este ano? Conto com suas sugestões.
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Desfazendo nossas Árvores

Árvores de Natal. Para muitos, um sonho. Ou para poucos? Não seria melhor escrever "para muitos, um pesadelo"? Por que "pesadelo"? Se em um país 'em desenvolvimento' a taxa de desemprego* em 2008 foi de 7,5%, quantos pais sofrem sem ter ao menos um pedaço de pão para dar aos seus? Quantos pais sofrem ao verem seus filhos 'espionando' as vitrines, as casas dos patrões, as mil e uma imagens de um natal feliz? E o que dizer daqueles que moram debaixo das pontes ou nas próprias ruas?

O que relatei não acontece só em países do 'terceiro mundo' ou em países como o nosso, querendo galgar o dito 'primeiro mundo'. Olhem as manchetes, com os olhos bem abertos: vejam o sub-mundo dos EUA ou de países europeus como a Inglaterra ou a França.

Já parou para pensar, "um minutinho que seja", sobre os 'esqueletos humanos ambulantes' que nem sonhos têm mais?

Desculpe, amigo/amiga, não tive como evitar essa 'reflexão pós-natal'. Nossas mesas foram fartas, nossos sonhos de consumo realizados... Mas, se o natal é um símbolo de Amor e de doação ao próximo, vamos, de vez em quando, parar para pensar no outro?

E aquela lista, vamos mesmo fazê-la juntos? Estou aguardando suas sugestões.

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*Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

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UM FELIZ ANO NOVO!
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terça-feira, novembro 25, 2008

Via Vida: Passeio na Chuva

Passeio na Chuva






Sábado. Uma pequena cidade.

Choveu muito durante toda a noite, a chuva parando só lá pela metade da manhã. Apesar da chuva no ar, o tempo estava ótimo, um leve frio nos refrescava. Na verdade era mais um frescor da chuva do que frio. Dava até para ficar sem agasalho.

Com aquele tempo bom, sem o calor que sempre fazia por lá, fiquei com uma vontade grande de andar pela cidade. Chamei meus companheiros de viagem - familiares e amigos - mas todos estavam ocupados. Queriam aproveitar o passeio jogando cartas ou jogando conversa fora. Disse que ia dar uma volta. "Leve uma sombrinha", alguém me falou, "pode voltar a chover". "É, você pensa que não está mais chovendo? Está chuviscando, bem fininho", retrucou outro. Não desanimei. Peguei uma sombrinha, dessas que se dobra - made in china? - e saí...

----------------------------------Meu Passeio

Como a cidade está calma, pensei. Que paz! Fui andando e ouvi alguns pássaros protestando, ao perceberem minha presença, voando e trocando de galhos. Olhei para eles, discretamente, para não assustá-los ainda mais. Deve ter algum ninho com filhotes, refleti.

Continuei meu passeio. Mais uns cem metros e um gatinho malhado de banco e preto passa correndo, atravessa meu caminho e desaparece entre o mato de um lote vazio.

Ouvi alguém cantando baixinho, acompanhado por seu violão. Ensaiando? - perguntei a mim mesma.

Mais um gatinho, dessa vez todo preto. Atrás dele corria um branco de manchas cinzentas. Eram filhotes brincando. Pulavam um sobre o outro, dando mordidinhas. Mordidas de carinho, como tapinhas que irmãos se dão em brincadeiras...

Continuei. Notei que uma leve garoa caía. Quase imperceptível.

As casas simples mas bem cuidadas tinham jardins com flores, dessas florzinhas fáceis de pegar, como a vinca, também chamada de maria-sem-vergonha. Pobre flor-mulher, pobres Marias. Não podem aparecer que logo são 'recolocadas' em situações subalternas quando não constrangedoras. Sempre, mas sempre mesmo, quando vejo essa flor, eu me recordo de uma outra pequena cidade
onde passei parte de minha infância. Por todos os lugares onde se ia havia alguma maria-sem-vergonha. Sempre colorida e linda.

Continuando meu passeio cheio de recordações, uma casa mais na frente me chamou a atenção. Era um sobrado, pomposo e moderno. Ouvi vozes vindas de lá. Quando passava bem em sua frente, percebi que um casal discutia. A voz feminina parecia tímida, quase choramingando. A masculina era alta, mas dava para perceber que a pessoa devia estar embriagada ou de ressaca das baladas da sexta-feira. Andei mais rápido por alguns segundos. Queria continuar em meu mundinho de paz que o passeio criara...

Mais um gatinho. Depois da praça avistei algumas pessoas que tiveram a mesma ideia e coragem que tive: caminhar, sem medo de se molhar.

Agora foi a vez de um pequeno, quase minúsculo cachorrinho. Correu em minha direção, como para me fazer medo. Vendo que eu não reagia, se afastou, entrando no jardim de onde havia saído.

De uma casa humilde, a mais simples que vi nesse meu passeio, ouvi vozes. Cantavam, riam, pareciam bem alegres, contentes.

Foi inevitável esse pensamento: De uma casa, aparentemente habitada por pessoas bem sucedidas, financeiramente falando, vem brigas, discussões, infelicidade. De uma outra, que mostra ser de pessoas simples, sem muitos bens materiais, saem cantos, risos, alegria... Realmente, a felicidade está dentro de cada pessoa. Não mora em casas, sejam elas modestas ou suntuosas. Mora dentro de quem as habita, fazendo de cada casa um palácio ou um casebre, independente de ser rica ou pobre.

Sim, é aí que mora a felicidade, aí, bem dentro de cada um de nós. Aí, bem dentro de você. Simples assim... É só saber encontrá-la. Problemas? Todos nós temos. Seja de ordem financeira, de saúde, com filhos... Não podemos correr deles, mas podemos deixá-los de lado, por alguns momentos, vivenciando pedacinhos de nosso dia a dia com força, coragem e alegria. Seguindo e vivendo a vida, sem deixá-la passar adiante de nós. Podemos vez ou outra sair na chuva e caminhar, deixando o tempo bom penetrar em nossa alma e nos fazendo mais felizes. Podemos nos alegrar com o canto de um pássaro, com a alegre brincadeira de um animalzinho ou com a beleza de uma flor. Podemos, sim, ter momentos de felicidade, mesmo nadando em problemas.

Apressei meus passos. Já dava para sentir o chuvisco fininho da chuva que voltava.



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Escrevi "Passeio na Chuva" sábado passado, depois de 'meu passeio na chuva'. Realidade e ficção. Crônica? Ou um miniconto? 

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quarta-feira, novembro 05, 2008

Via Vida: Obama: Uma Nova Era para os EUA e para o Mundo

Acordamos com estas manchetes: 'O maior acontecimento dos últimos tempos', 'uma página virada', 'o representante do novo mundo', 'o primeiro negro a presidir os EUA'. Barack Obama é e representa muito mais do que aquilo que lemos nos principais jornais do mundo.

Ele é e representa um mundo melhor para o nosso planeta, colocando problemas como o aquecimento global como prioridades urgentes a serem tratadas.

Ele é e repressenta um barco salva-vidas às violações dos direitos humanos.

Ele é e representa a esperança das minorias de todos os países, seja um país africano, europeu, asiático ou das Américas.

Ele é e representa os negros de todo o mundo, confiantes de que agora, finalmente, o mundo começará a ver e a enxergar o ser humano não pela cor de sua pele, mas por suas idéias.

Ele é e representa a esperança dos EUA para sair das crises financeira, social e diplomática em que está afundado.

Ele é e representa um passo gigante para que seu país seja menos arrogante e menos dominador, priorizando o diálogo entre as nações.

Ele é e representa um reatamento da amizade e do amor entre seus próprios compatriotas em relação aos sentimentos atualmente dominantes de decepção e de negação aos EUA. Sentimentos esses compartilhados pelo resto do mundo.

Ele é e representa uma sinalização para a Paz.

Que o novo Presidente dos EUA, Barack Obama, eleito pelo voto livre e democrático de uma grande nação, seja um verdadeiro marco de esperança e realizações na história deste mundo ora tão conturbado.

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terça-feira, setembro 30, 2008

Via Vida: Sugismundos

Estradas e Sugismundos


Fico indignada toda vez que vejo motoristas ou passageiros jogando alguma coisa nas ruas ou nas estradas. Jogam de tudo, desde papel de balas e bombons até copos e garrafas pet. As latinhas de cerveja diminuíram, mas ainda acontece. Guardanapos, saquinhos de sanduíches, embalagens de salgadinhos, cascas de frutas, tudo é jogado pra fora da janela... Por que guardá-los dentro do carro? É tão mais fácil jogar e se livrar da sujeirinha. "Oh meu... Se liga!", como diria o Faustão.

Pense, "cara" e guarde o "carão": jogando seja lá o que for fora do carro, do ônibus ou do caminhão, você vai pagar por isso mais cedo ou mais tarde. Ou já se esqueceu daquele bueiro entupido de lixo que alagou sua rua ou aquela outra rua por onde você queria passar?

Isso acontece, infelizmente, em todas as grandes cidades do Brasil. O Rio que o diga. Já vivi um dia terrível de chuva forte por lá.

Outro dia uma dessas pessoas 'educadas' não sei onde e como, quase quebra nosso carro ao tentar se desfazer do "utensílio" em que tomava sua água: um enorme coco. E numa estrada movimentada, entre Goiânia e Brasília. Dá para imaginar o que poderia ter acontecido?

E fico aqui pensando: Como educar as pessoas no trânsito? Você tem alguma ideia? Conte pra nós.

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terça-feira, setembro 16, 2008

Via Vida: Interneteando

Meios de Comunicação


Os meios de comunicação, principalmente a Internet, fizeram acontecer as previsões de McLuhan. O mundo tornou-se mesmo uma grande aldeia. Podemos nos comunicar com pessoas do outro lado do mundo, em questão de segundos.

A Internet e o planeta

Na Terra há diamante, ouro e prata. Há rios de águas límpidas e transparentes, florestas, flores. Há o Belo, mas há também o bicho homem (homem no sentido genérico da palavra). É um bicho imprevisível: às vezes doce, meigo, incapaz de fazer mal ao meio onde vive. Porém, quando quer, torna-se um bicho selvagem, não sabendo pensar além do próprio umbigo. E, nesses momentos, é uma ameaça. E que ameaça! Que todos os outros animais corram, rápido, porque senão o bicho homem pode pegá-los...

A Internet é um reflexo da terra, com tudo que tem de bom e de ruim. Pior: foi feita por aquele bicho.
Aquele bicho ora bondoso e consciente, ora inconsequente, desastroso, com uma cabeça vazia.

As boas e as más vias da Internet

A Internet veio mesmo para transformar o mundo em uma grande aldeia. Uma cidade onde podemos conviver com boas e más companhias. Em boas e más vias. Estas, com todo tipo de armadilha.

As redes sociais

Como em todas as vias da Internet, nas redes sociais pode-se ver um pouco de tudo. É o lugar preferido por pessoas que aprenderam a cuspir, jogar lixo e até se despir nas ruas. É o lugar onde imperam as bobozeiras. Infelizmente, é o lugar preferidos dos jovens. Para se escolher por onde navegar são necessárias horas diante do computador. Quando não se tem tempo para isso, o melhor a fazer é nem mesmo passar pelas ditas redes. Era o que fazíamos. Até sermos convencidos do contrário. Foi conversando com jovens que decidimos entrar e "curtir". Entrar para tentar fazer a diferença. Muitas pessoas, que também podiam "fazer a diferença" têm um certo receio; e com razão. Mas, por que não tentar? Por que não "arregaçar as mangas", exatamente como fazemos para trabalhar? Em prol de nossos jovens, façam isso! Levem um pouco de seus conhecimentos, de suas experiências para as ruas, quer dizer, para as redes sociais. Vamos fazer a diferença, educando e conscientizando? Boa sorte a todos nós.

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terça-feira, setembro 09, 2008

Via Vida: Ana Branco e seu BioChip

---------------------------------- Florindo e Frutificando

Ana Branco e seu BioChip

Cabelos brancos, sorriso solto, olhar-que-enxerga-longe, simplicidade total: essa é a descrição de uma grande dama do cenário nacional. Seu nome: Ana Branco¹. O que faz? Ou melhor, o que faz e acontece? É Professora do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio. E daí? E daí, que ela faz. Faz de manguezais, de favelas e de feiras, suas salas de aula. Instrui alunos e comunidades. Instrui e orienta; orienta e divulga pesquisas sobre a Vida. Pesquisa cores, sabores, odores, enfim, o DNA de frutas, hortaliças e sementes. Criou o BioChip:

"Biochip é um grupo aberto de estudo, pesquisa e desenho, que investiga as cores e a recuperação das informações presentes nos modelos vivos: hortaliças, sementes e frutos. A pesquisa Biochip encontra ressonância e analogia com a prática da Agricultura Ecológica em relação à Terra. Na agricultura convencional, quando uma lagarta come uma planta, ataca-se a lagarta para se defender a planta. Na prática ecológica, ao invés de se agir diretamente na planta, o que é trabalhado é a Terra, o ecossistema, a base onde a planta busca seus nutrientes. Quando o solo também está vivo, a planta pode buscar seus nutrientes com um mínimo de esforço, absorvendo nutrientes, já decompostos pelo metabolismo da Terra."²

A Professora Ana Branco torna comum, "universaliza" suas idéias e suas pesquisas. Faz da universidade uma verdadeira Universidade. Que nasçam e venham outras Anas! O Brasil agradecerá e as receberá de braços abertos.
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Nota: Na próxima sexta-feira, dia 12, daremos uma receita de Ana Branco chamada Suco de luz do sol.
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¹Ver Ana Branco :
²Ana Branco - Apresentação (mesmo site)
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terça-feira, julho 29, 2008

Via Vida: A Bela e Doce Teresinha

Teresinha
Teresinha, sua filha Zenaide e um um pequeno piano. Realidade ou ficção? Pedaços de uma vida ou um miniconto?

Eu era bem pequena quando conheci Teresinha, mas não poderia me esquecer. Moça linda, de vinte e poucos anos, pele clara, cabelos escuros e muito meiga. Falava baixo e tinha os olhos doces. Lembro-me dela como se fosse hoje. Também, pudera! - "me elegera" como uma segunda filha. Durante o tempo que passou conosco esteve sempre próxima. Quando sua filha Zenaide dormia, depois do almoço, Terezinha me colocava em seu colo e me fazia também dormir, passando as mãos em meus cabelos.

Teresinha era minha irmã. Filha do primeiro casamento de meu pai. Ele, desnorteado com a morte de sua mulher, o amor de sua juventude, com quem teve dezoito filhos, praticamente abandonou tudo. Seus filhos mais novos ficaram aos cuidados dos irmãos mais velhos. Deu aos filhos já adultos condições financeiras para começarem suas vidas, comprando fazendas a uns, doando gado a outros... Emprestava o que tinha aos amigos, mesmo sabendo que não teria retorno. Ouvi muito a história do avô de um conhecido político goiano. Meu pai emprestou para ele, que tinha perdido tudo, "uma tropa de burros" para que recomeçasse sua vida em Anápolis (Goiás). Os 'burros' lhe deram sorte, enricou, porém nunca mais se lembrou do amigo que o socorreu em um momento difícil. Meu pai perdeu tudo financeiramente falando, mas ficou com os conhecimentos adquiridos nas muitas escolas que teve a oportunidade de frequentar, principalmente durante seu tempo de seminarista. Era jornalista, poliglota e muito culto. O saber que se adquire é assim, como um DNA; não sai, ninguém tira, fica conosco para sempre. Depois de anos e anos de viuvez, tropeços, uma grande tristeza e decepções, conheceu minha mãe, casando-se pela segunda vez. Ela foi seu porto seguro, seu norte, foi com ela que conseguiu voltar à vida. Providencialmente convidado para diretor da administração estadual da pequena cidade onde morava, no norte de Goiás, hoje Tocantins, seguiu seu novo caminho como funcionário público.

Voltando ao início: Conheci Teresinha quando ela foi passar um mês lá em casa, acompanhada de Zenaide que tinha apenas um aninho. Do alto de meus 4 ou 5 anos, amei saber que tinha uma irmã-moça. Uma irmã que me parecera saída das histórias de fadas que uma de minhas tias nos contava. Ela - Teresinha, depois da morte de sua mãe, foi morar com uma de suas irmãs já casada. Foi na casa desta irmã que conheceu um jovem. Pela foto dos dois, eram bem parecidos. Casaram-se e tiveram dois filhos. Ela foi ver e visitar nosso pai que não via há muitos anos. Deve ter ido se despedir dele. Quem sabe teve algum pressentimento... Devia saber que seria a última vez que o via. E que nos via - meus irmãos e eu, que ela acabara de conhecer.

Teresinha trouxe uma lembrança para cada um de seus novos irmãos. Meu presente foi uma linda boneca. Gostei tanto que não a largava nem mesmo quando íamos almoçar. Dormia abraçada com ela. Em retribuição, meu pai comprou para sua neta Zenaide um piano de brinquedo. Disse que era uma lembrança da "tia" que gostara tanto da boneca.

Alguns meses depois recebemos de Teresinha uma foto de Zenaide com o pequeno piano. Como meu pai ficou feliz com aquele gesto de carinho de sua filha! Mostrava para todos seus amigos, orgulhoso. Quanto a mim, amei aquela foto. Zenaide ao lado do presente que "eu" lhe havia dado.

Uma carta acompanhava a foto. Teresinha nos dizia que estava esperando um segundo filho. Depois, não soube mais nada dela. Meu pai, traumatizado com perdas - além da primeira esposa, já tinha perdido dois outros filhos - nos escondeu a notícia de sua morte. Talvez pensasse que éramos muito pequenos para compreender algo assim tão inexplicável. Era bem típico dele... Só soube da morte de Teresinha quando já tinha de nove para dez anos. Mas nunca a esqueci. Ela não resistiu ao dar à luz seu segundo filho. Este, por sua vez, faleceu ainda criança. De Zenaide soube pouco: que estava morando em outro estado, que seu pai casou-se uma segunda vez...

Zenaide, como sua mãe, perdeu o elo que une uma família. Perdeu aquela que a gerou e que poderia ligá-la aos outros familiares. É muito doído a perda de um pai. Porém muito mais sofrido é perder, ainda criança, uma mãe. Compreendo agora o porquê da primeira família de meu pai ficar tão dispersa, sem muito contato uns com os outros. A corrente fora partida.

Gostaria muito de rever Zenaide, saber como ela está, abraçá-la. Queria também lhe dizer que ela e sua mãe ficaram para sempre em minha memória, em minhas lembranças.


Foto de autoria desconhecida
Zenaide e seu pequeno piano

Teresinha. Depois de anos e anos sem ver seu pai, foi abraçá-lo para se despedir e deixar para sempre sua presença marcada em nossas memórias: de uma pessoa doce, generosa e que amava os seus. Como os aplausos para o artista intérprete dessa melodia, deixamos aqui registrada nossa saudade e admiração por esta querida irmã que tão rapidamente passou por nossas vidas.

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sábado, julho 26, 2008

Via Vida: Educar É Preciso


Educar é preciso...
...

Conversando com pessoas de diferentes camadas sociais, percebemos a falta que faz uma educação de qualidade. Percebemos também como as escolas estão ainda tão deficitárias  Como nosso sistema educacional precisa de pessoas engajadas em educação básica, que pensem em melhorar os programas educacionais, aperfeiçoando alguns e acrescentando outros.

Precisamos de escolas que engajem a família como um todo, educando não só crianças, mas todos os adultos da família: mães, pais, tios, enfim, todos que, de um certo modo convivem com os pequenos.

Quantos pais, com palavras negativas, não sufocam sonhos? Ou interrompem o desenvolvimento social, familiar e, muitas vezes, o ideal de uma criança? Quantos não desestimulam um garoto ou garota que tem tudo para ser um grande profissional, uma grande pessoa. Pessoa no sentido amplo da palavra, como criatura humana e humanitária.

Quantos pais não podam, ainda na raiz, sonhos realizáveis, com palavras indevidas e negativistas. Culpa deles? Como, se aprenderam assim? Como são culpados, se também foram marginalizados e cresceram no vai e vem da vida?

Precisamos de Escolas com E maiúsculo. Uma Escola. Não um criadouro, uma gaiola, um faz-não-faz.

Precisamos de Escolas. Escolas com uma infraestrutura que apoie a família e a comunidade onde está inserido aquele que será o representante de nosso amanhã: o aluno.


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Fotografia: "Criança subindo" - Foto de Rafieh P.


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