Segui o colibri
Um instante com um beija-flor e uma revelação sobre o que nos nutre. Crônica poética sobre leveza, busca e conexão Segui o colibri Foi um instante.  Mas esses instantes, tão pequenos quanto um bater de asas, são os que ficam. Vi um colibri.  Não foi a primeira vez, mas naquela manhã ele apareceu como sinal. Pequeno, veloz, curioso — desses seres que parecem saídos de um sonho antigo.  Voava de flor em flor com precisão e graça.  Um toque aqui, outro ali. Não sugava a flor. Beijava. E foi nesse gesto sutil que algo me tocou. Pensei no néctar.  Pensei no amor.  E entendi, de repente, a frase que eu havia escrito dias antes:  "O néctar se conecta com o amor do beija-flor." Sim. Porque ele não voa atrás de qualquer flor.  Ele escolhe.  Tem preferência, tem fidelidade.  E quando encontra o que deseja, mergulha — leve, inteiro, vibrante. Segui o colibri com os olhos.  Depois com o pensamento.  Depois com o coração. E percebi: talvez a vida seja isso. Encontrar o néctar certo.  Não ...