Entre mangueiras e lembranças
Uma crônica delicada e poética sobre reencontros com o passado. Caminhos da infância, árvores queridas, casas cheias de memória e o aconchego de um tempo que permanece dentro de nós. “Hoje me visitei — e fui casa, mangueira, jardim. Fui saudade em cada passo." Entre mangueiras e lembranças Revisito a rua da minha infância, as mangueiras do quintal, o colégio, o alpendre... Hoje me visitei. Vi a rua onde eu, criança, morei. Tudo igual, ao mesmo tempo que tudo mudado. Andei pela grande avenida até encontrar a praça — aquela praça. A praça aonde eu ia com meu pai, eu bem pequena, ele todo orgulhoso da filhinha quase neta. Ele me olhava com ternura, me mostrava aos amigos dizendo: "minha princesinha". Talvez por não ter acompanhado de perto o crescimento dos filhos de seu casamento anterior, quisesse compensar redobrando carinho e atenção aos filhos da idade madura? Não sei. A existência humana é um enigma. Nem sempre agimos como pensamos ser, como queremos ou sonhamos ser....